Igor Sudano e Nicole Blass: ativistas LGBTQIAPN+ que resistem em NiteróiDivulgação
Também fizeram parte da extinta 'noite gay' de Niterói as festas Lá Colocacion, e outras, geralmente promovidas por Nicole Blass ou Vlad Fernandes.
O público LGBTQIAPN+ (antigo público GLS, primeira sigla para denominar esse segmento da sociedade) hoje sente a carência de eventos e espaços dedicados a eles. Exceto quando a cidade apresenta monólogos teatrais de artistas provenientes justamente destas noites – como Suzy Brasil, por exemplo – só resta a este público a Parada Gay anual, na Praia de Icaraí.
Apesar disso, a cidade possui duas ONGs para defender e divulgar este segmento de pessoas. O GDN (Grupo Diversidade Niterói) foi fundado em 24/01/2004, é a ONG realizadora da Parada do Orgulho LGBT de Niterói, além de ser Patrimônio Cultural Imaterial da cidade. Já o Grupo 7 Cores também colabora com a produção da Parada e diz ser uma organização civil, de âmbito nacional, sem fins lucrativos, apartidária e laica.
Além de ser a cidade da saudosa e inesquecível transformista, atriz e celebridade Rogéria, Niterói ficou conhecida em sua história recente através de um também saudoso homem gay que mudou a história do cinema no Brasil: Paulo Gustavo. E quem sempre representou muito bem esse assunto na cidade é a madrinha da parada gay, a transformista Fabiana Brazil.
O cantor, compositor, bodypiercer e criador de conteúdo digital Igor Sudano é não-binário e sente muita falta de opções na noite de Niterói. “Na cena LGBTQIAPN+, que em Niterói sempre foi referência, nos dias de hoje só se encontra um bar que se diz declaradamente gay, o Armazém 7. De resto, precisamos buscar lugares no Rio para nos sentirmos acolhidos”, explica.
De fato, Sudano tem razão. Lá os proprietários preferem contratar pessoas gays, para atender o público formado majoritariamente por universitários, que frequentam assiduamente o local, seus shows de drag, apresentações de DJs e karaokês.
BARES E ESPAÇOS TRADICIONAIS
Quem busca um espaço diferente dos barzinhos com samba, DJ's, voz e violão ou a TV passando jogos de futebol, tem poucas opções. Bairros como Icaraí, Centro, Região Oceânica e Zona Norte não possuem referência de bar LGBTQIAPN+.
Existem espaços que, em uma pesquisa na internet, são fáceis de achar. Mas são locais de qualidade duvidosa, e a reportagem optou por não divulgar, já que não podem ser considerados como uma opção agradável para este público – cada vez mais empoderado e consumidor. São espaços frequentados por pessoas que não assumem oficialmente a sua sexualidade e, por isso, aceitam sair com outras pessoas casadas, que estão na cidade de passagem ou mesmo profissionais do sexo. Estes lugares estão espalhados no Centro.
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