Nova Iguaçu - No último mês de agosto, a Prefeitura de Nova Iguaçu promoveu a campanha Agosto Lilás, voltado para ações de prevenção à violência contra as mulheres. Mas apesar de o mês ter acabado, o trabalho de conscientização e prevenção acontece o ano inteiro no município. Na última semana, profissionais do Hospital Geral de Nova Iguaçu (HGNI) participaram de uma palestra para orientar, sensibilizar e esclarecer dúvidas sobre o tema. As ações também aconteceram na Maternidade Mariana Bulhões e nas unidades de atenção primária do município, que também teve a participação do público feminino.
Equipes da Secretaria Municipal de Saúde (SEMUS) de Nova Iguaçu que lidam diretamente com ações de prevenção à violência promoveram este treinamento, ressaltando a importância do acolhimento qualificado e notificação compulsória, que pode ser feita por qualquer funcionário em casos suspeitos ou confirmados de violência doméstica contra a mulher, o idoso e a criança. Foram distribuídos materiais informativos aos participantes.
“Nós recebemos as notificações de violência e a partir delas conseguimos criar ações relacionadas à prevenção para que o funcionário entenda o compromisso que tem em acolher, proteger e orientar essa mulher para que os órgãos públicos também possam ajudá-la”, explica Isaura Maria Bernardo, Coordenadora do Núcleo de Prevenção às Violências, Acidentes e Estímulo à Cultura de Paz, da SEMUS, e uma das responsáveis pela palestra.
Somente este ano, as unidades de Nova Iguaçu registraram 636 casos de mulheres com mais de 20 anos que sofreram violência física. Os dados foram extraídos do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN). No município há uma rede especializada para acolher essas mulheres.
Os boletins de ocorrência devem ser feitos na Delegacia de Atendimento à Mulher (DEAM). Há também a Sala Lilás, do IML, para exames de corpo de delito, o Centro Especializado de Atendimento à Mulher (CEAM), a Casa da Mulher, Coordenadoria de Políticas para Mulheres, o Juizado de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher e o Centro de Assistência Multidisciplinar à Violência Sexual (CAMVIS), ambulatório do HGNI, os Conselhos Tutelares, para crianças, além do suporte das unidades de atenção básica.
“Temos unidades referenciadas em nosso município para acompanhar cada caso de violência e nosso objetivo com esta capacitação é conscientizar os funcionários para que eles sejam multiplicadores da informação”, ressalta Elisângela França de Siqueira, Gerente do Programa de Prevenção à Violência na área da saúde, que também foi responsável pelo treinamento.
Para Deborah Bernardo Costa Ferreira, de 30 anos, enfermeira que trabalha na emergência do HGNI, este tipo de capacitação é importante para despertar um olhar de sensibilidade com a paciente.
“Com o aprendizado você tem um olhar clínico diante das situações que chegam Sabendo como atuar nestes casos conseguimos ajudar a paciente e, através das notificações, colaborar com a criação de mais políticas públicas de proteção” destaca.
As denúncias de violência doméstica e familiar contra as mulheres podem ser feitas ligando para o número 180, que funciona 24 horas, todos os dias. A chamada é gratuita e o anonimato garantido.
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