Primeira edição do 'Escritas Subversivas' foi realizada neste fim de semana em Nova IguaçuReprodução

Nova Iguaçu - A primeira edição do festival Escritas Subversivas – Substantivo Feminino foi realizado neste fim de semana, na Praça dos Direitos Humanos, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. Gratuito e aberto ao público, o evento apresentou uma programação dedicada à circulação da produção literária de mulheres, em especial aquelas que atuam em territórios periféricos.
Idealizado por Liz Córdova, o Escritas Subversivas nasceu em 2020 como um podcast e, após cinco anos, se transformou em festival literário. A trajetória do projeto reúne mais de 30 escritoras e pesquisadoras e se consolida como uma rede voltada à leitura, circulação e debate da produção literária feminina. A realização em espaço público fortalece a relação com a comunidade e fomenta a colaboração entre educadores, estudantes, coletivos culturais e leitores, contribuindo para manter vivas e acessíveis as práticas de leitura no território.
“O Escritas Subversivas começou como um podcast no meio da pandemia, quando conversar com outras mulheres sobre escrita e território era também uma forma de sustentar esperança e criar algum horizonte possível. Ver esse projeto se transformar em festival traz um sentimento de continuidade bonita: algo que nasceu de conversas à distância agora ocupa a praça, com presença, troca e encontro. É acompanhar uma história que segue crescendo, abrindo caminhos e retornando ao território que sempre foi sua origem ", disse Liz.
A edição também celebrou a vida e o legado de Lirian Tabosa, referência da resistência poética e política na Baixada Fluminense. Falecida em junho deste ano, Lirian consolidou uma trajetória marcada pelo ativismo cultural, pela escrita sensível e pela articulação de redes no território. Sua contribuição permanece como fundamento para novas iniciativas e ecoa diretamente no espírito que orienta o festival.
“A partida da Lírian este ano nos lembra que não há subversão nem resistência na Baixada sem o rastro que ela deixou. Ela juntou poesia, território e compromisso de um jeito que segue orientando o que fazemos e o festival cresce nesse caminho que ela abriu e que seguimos trilhando”, disse Liz, que assinou também a curadoria do festival.