Tudo leva a crer que o Supremo Tribunal Federal (STF) era o alvo preferencial dos vândalos. Foi do guarda-toga do ministro Moraes a porta arrancada e depois exibida como troféu
Jeremias Di Caetés é Coordenador de Ações Sócio-Habitacionais da Secretaria Municipal de Habitação do Rio - Divulgação
Jeremias Di Caetés é Coordenador de Ações Sócio-Habitacionais da Secretaria Municipal de Habitação do RioDivulgação
Imagens que circularam pelo mundo, de Brasília sendo destruída no dia 8 de janeiro, precisam servir para além da identificação dos vândalos e da instrução dos processos criminais. Os Três Poderes também precisarão enxergar nelas o caminho que levou o caos ao Distrito Federal (DF). Reconhecer erros de “até ontem” permitirá que os Três voltem à harmonia prevista na Constituição Federal, e assim, darem fim à superposição instalada no Judiciário – uma espécie de incubadora de medidas antidemocráticas. Aliás, são danosas à nossa democracia tanto quanto à barbárie.
É ingenuidade crer na motivação desse crime como sendo, tão somente, reação de inconformados com a eleição do petista. Após 70 dias do pleito, as palavras de ordem no protesto que virou arruaça já não foram contra o Lula, mas às três instituições da República, destaque ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Tudo leva a crer que o Supremo Tribunal Federal (STF) era o alvo preferencial dos vândalos. Foi do guarda-toga do ministro Moraes a porta arrancada e depois exibida como troféu. É do STF a estátua Themis, pichada com a fala “perdeu, mané” do ministro Barroso quando incomodado nas ruas de Nova York.
É fato que o eleitor brasileiro entendeu que o sistema operou para a volta do Lula. A anulação de suas condenações foi o fator maior para a conclusão, portanto, não é forçoso pensar nos ataques na direção do Poder que o reabilitou. Por isso coube ao “encantador de serpente” atuar. E Lula foi cirúrgico posando como a vítima principal, mas um observador mais atento percebe que isso não pode fazer sentido já que seu gabinete sequer foi tocado. Nada presidencial foi vulgarizado, já a cadeira da presidente do STF com o brasão da República “sentado” em cima, sim.
A imprensa abraçou a lógica invertida do Lula; o Legislativo, com raríssimas exceções, preferiu conversar com o décimo dedo do presidente; O Judiciário, ah, esse ainda não entendeu o recado, ainda que o tenham dado da forma erradíssima, mas os togados sabem interpretá-lo, ou não? Bem, não sei aonde chegaremos, mas sei onde estamos: No precipício!
Jeremias Di Caetés é coordenador regional da Juventude do Partido Liberal (PL) no Estado do Rio de Janeiro, teólogo, pós-graduando em gestão pública, e liderança pela Universidade Internacional
Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor.