Yedda Gaspar, presidente da Federação dos Aposentados do RioReginaldo Pimenta

Passado pouco mais de um mês da posse do novo governo, sabemos que ainda é cedo para críticas aprofundadas, até porque todos temos ciência do desastre que foi a administração Bolsonaro e o estado de penúria com que ele deixou o nosso país, em especial para os aposentados e pensionista do INSS.

Mas o curto espaço de tempo não nos impede de algumas considerações iniciais. Por exemplo: é de se aplaudir a decisão do presidente Lula em conceder aumento real ao salário mínimo, mas é de se lamentar que o mesmo índice não tivesse sido aplicado às aposentadorias e pensões que recebem acima do piso nacional.

Foi justamente esta política, realizada pelos sucessivos governos federais, independentemente de ideologia partidária, que levou milhões de aposentados que sempre contribuíram acima a cair e receber apenas o salário mínimo.
De 1991 para cá, já passa de 100% a defasagem salarial das aposentadorias e pensões da Previdência Social em relação ao salário mínimo. Isso significa que, se dobrarmos os salários de muitos aposentados e pensionistas, ainda não chegaríamos ao número de salários mínimos com que se aposentaram.

É claro que o governo vai dizer que não tem dinheiro para atender às nossas reivindicações e pode ser que, neste momento, não tenha mesmo. Mas é preciso – e vamos – acompanhar de perto e cobrar a diferença um pouco mais para frente.

Na Câmara dos Deputados, já existem dois projetos de lei, aprovados no Senado, que resolveriam a situação de aposentados e pensionistas, o PL 01/2007 e o PL 4434/2008. Cabe a nós, líderes da classe, e também às centrais sindicais, cobrarmos do presidente daquela Casa, deputado Arthur Lira, que os coloque em votação.

Afinal, o novo governo não pode se preocupar com todos deixando milhões de aposentados e pensionistas de lado, cheios de empréstimos e dívidas!
 
Yedda Gaspar é presidente da Federação das Associações dos Aposentados e Pensionistas do Estado do Rio de Janeiro (Faaperj)