Paulo Kendi T. Massunaga é presidente Executivo da AEERJDivulgação

A criação de uma tirolesa entre o Pão de Açúcar e o Morro da Urca nem bem começou a sair do papel e já está dando o que falar. Com previsão de funcionamento para o segundo semestre deste ano, a nova e radical atração, na qual cariocas e turistas, pendurados em cabos aéreos, se deslocarão em alta velocidade por 755 metros no paradisíaco cenário do Rio, será uma aventura sensacional.
Recentemente, a Secretaria Municipal do Ambiente e Clima (Smac) pediu a suspensão do trabalho de perfuração de rochas no local já que, segundo eles, não estaria previsto no projeto inicial apresentado. No entanto, pouco tempo depois, a GeoRio, órgão também municipal, emitiu o ‘nada a opor’ e os trabalhos retomaram. Do ponto de vista urbanístico, as obras estariam de acordo com os parâmetros da prefeitura.
O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e outros órgãos também emitiram as devidas licenças para que a futura atração seja colocada em prática. Nenhuma obra, obviamente, pode ou deve ser feita sem os devidos pareceres técnicos e suas respectivas licenças. Não poderia ser diferente, então, quando estamos falando de uma intervenção em um monumento tombado, declarado Patrimônio Mundial pela Unesco em 2012.
Ainda assim, vale ressaltar a importância de que qualquer tipo de interferência no Pão de Açúcar seja feita garantindo um mínimo impacto possível no local, a fim de preservar seu valor histórico. De um lado sabemos que o novo empreendimento é um convite ao turismo e, portanto, um fomento à Economia local. Não há dúvidas de que toda a cadeia do turismo será beneficiada. De outro, porém, montanhistas e moradores da região temem alterações na paisagem e cobram informações detalhadas de todo o projeto.
A grande questão é colocar na balança e equacionar o cálculo de possíveis impactos ambientais versus geração de renda, ou seja, o custo versus benefício para a Cidade Maravilhosa. De toda forma, há que cobrar das autoridades responsáveis, a fiscalização das obras em andamento, além de acompanhar a compensação de possíveis danos através, por exemplo, de reflorestamento e recuperação ambiental.
Na semana passada, após análises, a prefeitura assinou o contrato de concessão do Parque da Catacumba com uma empresa privada, que ficará responsável por investimentos para a melhoria do local. Isso com certeza contribuirá positivamente para atrair ainda mais o turismo na cidade, bem como proporcionará a todos os cariocas mais uma atração voltada ao lazer.
Muitas cidades pelo mundo têm investido em atrações turísticas para incrementar a Economia e proporcionar maior incentivo ao turismo internacional. O Rio de Janeiro não pode ficar para trás e precisa de iniciativas como essas para agregar ainda mais valor às outras tantas já consagradas mundialmente.
A AEERJ, sempre em defesa de suas associadas, frequentemente se contrapõe às iniciativas da prefeitura quando entende que ela não está respeitando contratos assinados ou quando propõe leis com grades chances de serem inconstitucionais. Mas é preciso reconhecer que a cidade precisa evoluir. Desde que respeitadas as normas ambientais e obtidos os devidos licenciamentos exigidos, entendemos que todo projeto com a premissa de Estado e não de Governo, dentro da legalidade, e que beneficie o Rio de Janeiro, como é o caso dessa tirolesa, sempre terá todo nosso apoio. É desse tipo de iniciativa que precisamos. Esporte Radical in Rio, nós apoiamos.
Paulo Kendi T. Massunaga é presidente executivo da AEERJ