Marcus Belchior, chefe-executivo do Centro de Operações Rio (COR)Divulgação

Preparar um saboroso bolo não é uma missão das mais complexas, até mesmo para quem não tem grande habilidade no ramo da culinária, quando seguimos uma boa receita já testada e aprovada. Mas, e para cuidar da operação de uma cidade, será que existe uma boa receita?
Inaugurado em 31 de dezembro de 2010, o Centro de Operações Rio (COR) se prepara para dar mais um passo pioneiro nesse quesito. Doze anos após iniciar suas atividades, o local reúne um grande volume de dados e vasta experiência não somente para balizar a sua própria rotina, mas como também para se tornar referência certificada pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) para outras cidades dentre os 5.586 municípios do país.
Em visita recente ao COR, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, ratificou a importância do uso de sirenes em comunidades com risco de deslizamentos. A implantação do sistema pode evitar novas tragédias como a que abateu a cidade de São Sebastião, litoral de São Paulo, no mês de fevereiro, provocando a morte de mais de 60 pessoas e a consternação de todo o país.
Hoje, o acionamento das sirenes no Rio, feito a partir do Centro de Operações, obedece a protocolos também criados ao longo de 12 anos de atuação. O atingimento de 55 milímetros de chuva no período de uma hora provoca o soar das sirenes, mas existe uma ampla avaliação pelos técnicos já a partir do momento em que se registra uma chuva de 40 milímetros em uma hora. Os protocolos cariocas avançaram e continuam a nortear a utilização desse serviço na cidade, sempre com o objetivo de salvar vidas. A experiência da capital fluminense é copiada em outras cidades do estado e do Brasil.
Outro exemplo do uso de tecnologia, tratamento de dados e comunicação com a sociedade, refletido na mobilidade da cidade, foi verificado na última semana. Dados extraídos pela TI do Centro de Operações mostram que o trânsito melhorou no entorno do Estádio do Maracanã nas primeiras rodadas do Campeonato Brasileiro e nos jogos de Flamengo e Fluminense pela Copa Libertadores. E é sempre bom lembrar que estamos falando de uma região com diversas interdições de vias de grande circulação.
Hoje, o Rio é capaz de mensurar quantos minutos e quantos quilômetros de congestionamento um acidente pode causar em determinada via da cidade. Cada minuto de interdição total ou parcial reflete em outros cinco minutos de retenção em algumas vias expressas. Por esse motivo, temos tanto cuidado com determinadas ruas e avenidas.
Os dados, no entanto, auxiliam nossas equipes operacionais, que conseguem se posicionar em locais estratégicos para reduzir o tempo de resposta quando temos alguma ocorrência. No Rio de hoje, nenhuma decisão é tomada por impulso. Todo e qualquer passo está embasado em dados e inteligência. Em função de tudo isso, estamos com tratativas avançadas com a ABNT para validar o que é feito Centro de Operações Rio.
Sabemos que ainda temos problemas, como toda grande metrópole tem, mas os avanços são flagrantes! Receber essa certificação de operação de cidade vai chancelar um trabalho de 12 anos e deve ser motivo de orgulho para todos os cidadãos cariocas.
Marcus Belchior é chefe-executivo do Centro de Operações Rio (COR)