Paulo Kendi T. Massunaga, presidente executivo da AEERJDivulgação

O Rio de Janeiro sempre foi considerado um dos mais belos e importantes destinos conhecidos e recomendados mundialmente. Porém, a cidade corre o sério risco de perder o título da capital do turismo no Brasil. Isso porque o maior terminal carioca de voos, o Aeroporto Internacional Tom Jobim, o Galeão, tem sofrido um esvaziamento de passageiros. Isso tem preocupado empresários do setor e autoridades, que já discutem o assunto em todas as esferas em busca de soluções para o problema.
Enquanto isso, na outra ponta da balança, o Aeroporto Santos Dumont, que opera somente voos nacionais, sofre com superlotação. No momento há esse desequilíbrio preocupante entre os dois aeroportos: enquanto o Galeão, na Ilha do Governador, perde passageiros a cada ano e sofre com esvaziamento contínuo, o Santos Dumont, no Centro, encontra-se superlotado e operando no limite de sua capacidade.
Essa discrepância entre os terminais gera prejuízos para o município do Rio, que conta com grande parte de sua renda vinda do turismo. A aviação é fundamental para o turismo e também para a Economia. Quando temos um aeroporto de grande porte, internacional, sendo mal operando, significa que temos um estado deixando de arrecadar.
De acordo com levantamento da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), a redução de operações no aeroporto do Galeão pode fazer com que o estado perca R$ 4,5 bilhões por ano em ganhos com operações. Como os especialistas já expuseram, concentrar voos no Santos Dumont tirou a conectividade do Rio na malha nacional. O impacto disso se constata através de queda no turismo, diminuição do desenvolvimento econômico da cidade e também na redução da oferta de voos internacionais.
Agora, o governo federal anuncia que elabora estudos para aumentar a movimentação no Galeão. As autoridades responsáveis e especialistas têm debatido como restabelecer o equilíbrio na distribuição de voos entre os dois aeroportos.
Um movimento pede a saída da atual concessionária do Galeão e a devolução do terminal internacional à Infraero. Outro defende que se mantenha a gestão privada do espaço – inclusive pedindo a privatização também do Santos Dumont.
A Associação das Empresas de Engenharia do Rio de Janeiro (AEERJ) se posiciona sempre em defesa de nossa cidade e entende que a melhor opção para essa questão é a privatização. E acredita que Galeão e Santos Dumont têm que ser equacionados de forma integrada por todas as esferas da administração que estejam envolvidas na solução desse problema.
Esses dois grandes aeroportos deveriam estar sendo trabalhados de forma conjunta para aumentar a capacidade e desenvolvimento de nossa cidade. Atualmente, o Rio de Janeiro tem rotas, nos dois terminais, para 27 cidades, amargando um melancólico quinto lugar, atrás de São Paulo, Brasília, Belo Horizonte e Recife.
Como sempre, temos que ampliar o debate em nossa sociedade. Devemos, claro, manter a movimentação no Santos Dumont. Mas o Galeão precisa voltar a ser uma referência de aeroporto no Brasil. Não podemos perder mais uma hegemonia nossa.
*Paulo Kendi T. Massunaga, presidente executivo da Associação das Empresas de Engenharia do Rio de Janeiro (AEERJ)