Cientista político Paulo BaíaArquivo Pessoal

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A Região Metropolitana do Estado do Rio do Janeiro vive uma situação perigosa em relação à segurança pública. Não é novidade, é uma pauta recorrente, mas o número de assaltos a mão armada aumentou exponencialmente. O fato novo é que as vias expressas hoje enfrentam uma insegurança insuportável, com elevados números de casos de assaltos e sequestros.
Quando falamos em vias expressas, estamos falando da Avenida Brasil, Linha Vermelha, Linha Amarela, Via Dutra, Rodovia Washington Luiz (BR-040), Arco Metropolitano e BR-101 no trecho Niterói/Manilha. O nível recorrente de assaltos, sequestros, roubos e furtos não contempla apenas roubo de carga, mas de pessoas em seus veículos transitando em qualquer horário.
No dia 12 de maio à noite, o arcebispo da Cidade do Rio de Janeiro, na altura do bairro de Barros Filho, vindo do bairro de Bangu pela Avenida Brasil, foi assaltado. Dom Orani teve seu veículo cercado por assaltantes e retirado por homens armados. Ainda bem que, apesar do susto e do constrangimento, Dom Orani está bem física, mental e psicologicamente.
O carro e seus pertences materiais se foram, mas poderíamos ter tido mais uma tragédia do cotidiano. Existe a necessidade de um plano/ação efetivo de controle das vias expressas que aconteça de fato, plano/ação que junte vigilância permanente através da tecnologia, presença visível de agentes públicos de segurança, iluminação pública de qualidade, conexão com os Centros de Vigilância e Controle dos vários municípios da Região Metropolitana e ação rápida de comandos táticos da Polícia Militar, da Polícia Rodoviária Federal, da Polícia Civil do RJ e das Guardas Municipais em suas atribuições específicas.
Estou falando exclusivamente das vias expressas, não estou falando do território como um todo, porque isso daria uma tese de doutorado sobre a violência no Estado do Rio de Janeiro. As Vias Expressas que cortam a Região Metropolitana, como a Avenida Brasil, Via Dutra, Washington Luiz/ BR-040, Arco Metropolitano, Linha Vermelha, Linha Amarela, BR-101/Mario Covas/Niterói-Manilha precisam de uma ação planejada e integrada de imediato. Isso aumentaria a segurança efetiva de seres humanos, bens materiais e serviços para toda a população de transeuntes.
Dom Orani orou para que aqueles jovens assaltantes encontrem o roteiro da legalidade em suas vidas e o Poder Público cumpra o seu dever e função preventiva.
Paulo Baía é sociólogo, cientista político e professor da UFRJ.