Salvino Oliveira, Secretário Especial da Juventude CariocaDivulgação

Nos últimos dez anos, convivemos com a maior população jovem da história do nosso país e perdemos a oportunidade de ser "o país do futuro", como disse Stefan Zweig.
Falhamos na educação, na segurança pública, na geração de renda e em diversas outras áreas. Agora, começamos a colher os frutos catastróficos de uma geração inteira sem perspectivas. A pressão por empregos cresce, a pobreza aumenta e o tecido social se fragiliza. A situação é alarmante, mas ainda não é o fim do mundo!
O Brasil está se aproximando do ponto de não retorno em relação ao futuro do trabalho e ao desenvolvimento nacional. Recentemente foi noticiado que começamos a envelhecer e que, com isso, perdemos o bônus demográfico. A pressão sobre a questão do emprego cresce cada vez mais. Estamos permitindo que a maior população jovem da história do Brasil envelheça de maneira ociosa.
Precisamos trabalhar duro, todos os dias, para resgatar os últimos anos dessa geração que viveu a década perdida. Investir pesado em oportunidades que se somem aos esforços da educação e que sejam capazes de dialogar com as demandas do século 21.
Enquanto o mundo compete desesperadamente pelo mercado de condutores e semicondutores que ditarão a nova ordem mundial, ainda perdemos tempo debatendo futilidades que muitas vezes são do âmbito 100% privado de cada cidadão.
Se não dermos uma resposta agora para os nossos jovens, estaremos fadados ao fracasso como nação. A possibilidade do home office é uma realidade cada vez mais concreta, e os profissionais trabalham em outros países. Os cargos menos especializados estão sendo automatizados. As matérias-primas do agronegócio são cada vez menos necessárias; existem países produzindo carne em máquinas, a toneladas.
Temos que preparar nossos jovens. Do contrário, em 10 anos teremos um “apagão produtivo”, com uma sociedade mais velha e adultos que não foram preparados para as transformações cada vez mais velozes do mercado de trabalho.
Só no Rio, somos mais de um milhão de jovens. Nos últimos dois anos, conseguimos criar políticas de inclusão social, preparação para o mercado de trabalho, com inovação e introdução da indústria 4.0 em nossas unidades. É o início de uma virada na nossa cidade, mas ainda há muito a ser feito.
Os nossos Espaços da Juventude levam ao jovem da periferia conhecimentos de robótica, de operação de novas tecnologias, como o uso de drones, e da indústria de entretenimento, nos cursos e oficinas de DJ. No Pacto pela Juventude, uma parceria com a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), formamos jovens líderes locais em comunidades carentes da cidade. Eles analisam os problemas locais para desenvolver soluções. Todos recebem bolsa de estudos e orientação de profissionais especializados.
Vamos, amigos, vamos nos unir em um verdadeiro pacto em defesa não da nossa juventude, mas do futuro do nosso país! Avante! Os desafios são muitos, mas o quadro ainda não é irreversível, e nós estamos na principal trincheira!
* Salvino Oliveira é secretário Especial da Juventude Carioca