opina17valeestaARTE KIKO

A economia no pós-guerra foi marcada por alguns fenômenos que não podem ser ignorados pelos atuais governantes dos países desenvolvidos. Entre eles: a ascensão do Japão e da Coreia do Sul com base na formação da mão de obra e uso da tecnologia; os anos dourados do Reino Unido e dos EUA, com Margaret Thatcher e Ronald Reagan; e o salto do Brasil de 46 a economia do mundo para a oitava, no período militar. E no século XXI é da China, que, sem deixar de ser comunista, se tornou capitalista.
O mais significativo exemplo de como conquistar a prosperidade foi o inglês. O país estava ladeira abaixo, perdendo qualidade de vida, produtividade e qualidade. Políticas trabalhistas equivocadas e a tolerância com sindicalismo selvagem, que banalizava greves, empobreciam a nação. A reação pela via eleitoral levou ao poder os conservadores na pessoa da sra. Margaret Thatcher, que se revelou uma versão na
economia e na gestão da genialidade de Winston Churchill na condução da guerra.
A receita continua válida. Conter a ação sindical que assusta investidores e provoca desemprego, garantir segurança jurídica, acabar com privilégios e ineficiência com políticas de privatizações, estimular o investimento em qualidade e produtividade. 
Ficou 14 anos no poder e seu partido mais uns, pelo merecido reconhecimento popular. A estadista se tornou referência mundial e manteve uma excelente relação com os EUA, onde, com o presidente Ronald Reagan, passou da identidade na economia à parceria política, que acabou por derrubar o muro e, por fim, a União Soviética. Incorporar ao mercado os povos até então aprisionados em seus países fez crescer a economia de toda a Europa e incluiu grande massa à economia de consumo. 
A qualidade maior foi o pragmatismo, a coragem e a determinação de não ceder às pressões corporativistas ou de setores da economia que dependiam de apoios fiscais ou proteção. A luta com os trabalhadores na mineração de carvão foi emblemática. Venceu a batalha melhorando o perfil econômico e ambiental da energia.
No Brasil, os avanços se deveram à reforma do estado promovida por Roberto Campos (decreto-lei 200), que constituiu o Banco Central, a criação do sistema financeiro da habitação – BNH –, que no período construiu sete milhões de unidades habitacionais no país e uma reforma trabalhista que acabou com a estabilidade que desestimulava os empregos na indústria e serviços. O crescimento não foi maior pela estatização, cujo período áureo foi no governo Geisel, que atrasou a pesquisa e a explorarão de reservas de petróleo e gás, fontes alternativas. E a Lei da Informática, que deixou o Brasil afastado das conquistas do mundo durante décadas. 
Mesmo assim, ainda tem quem justifique regimes como os da Venezuela, Cuba, Nicarágua e o populismo corrupto da Argentina. 
* Aristóteles Drummond é jornalista