Andrezinho Ceciliano é deputado estadual pelo PTDivulgação
O uso da inteligência artificial parece não ter limites. Um exemplo é o especial de 50 anos do 'Fantástico', que recriou artificialmente imagens dos primeiros programas que foram perdidas no incêndio que atingiu o acervo da Globo em 1976. Outro é o Curupira, um dispositivo criado pela Universidade do Amazonas para reconhecer sons que ameaçam a floresta, como o barulho das motosserras.
É claro que as possibilidades quase infinitas da I.A. acendem um alerta. Na internet, os deep fakes podem ser inusitados (um flagra do Papa com casaco moderno e estiloso), mas também criminosos, como os vídeos pornográficos feitos artificialmente com o rosto de uma poetisa inglesa a partir de fotos que ela publicou nas redes sociais.
A I.A. também já provoca o medo da extinção de determinadas profissões, como outras tecnologias que surgiram antes. Em Hollywood, o uso da I.A. para recriar rostos de atores que já faleceram ou escrever roteiros é uma das pautas da greve, que já ultrapassou os 100 dias. Os artistas, no entanto, não pretendem abolir a I.A. do audiovisual, mas ter voz na regulamentação sobre seu uso.
Os softwares refletem aquilo que nós colocamos como possibilidade. Por isso, defendo que uma formação ética em inteligência artificial deva acontecer o quanto antes nas escolas, acompanhando o ritmo das descobertas das crianças e jovens e do próprio mercado de trabalho. Hoje, o conhecimento em I.A. é a habilidade tecnológica mais procurada.
Assim como proponho no projeto de lei protocolado na Assembleia Legislativa do Estado do Rio, professores serão capacitados a ensinar sobre as possibilidades da I.A. e os limites das ferramentas, além de reconhecer o mau uso delas.
A inteligência artificial já está nas escolas. Ignorar essa realidade não me parece muito inteligente.
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