Paty Fonte Educadora especialista em Pedagogia de Projetos. Autora do livro 'Competências Socioemocionais na Escola'Divulgação

Será que nós, adultos, pais, educadores, cuidadores, percebemos a importância das emoções no processo de desenvolvimento do ser humano?
Proponho tal reflexão tendo em vista que 10 de outubro é o Dia Mundial da Saúde Mental. 
Nosso século é marcado pela tecnologia e por transtornos emocionais.
Aumentam os índices de problemas psíquicos entre crianças e jovens. Cresce a cada dia o número de jovens que se mutilam. A automutilação atinge adolescentes no Brasil e no mundo. Pesquisas indicam que 20% dos jovens sofrem desse mal. Além disso, em nosso país, as taxas de suicídio cresceram na população em geral. O suicídio é, hoje, a quarta causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos no Brasil.
É urgente refletirmos sobre as emoções e como elas influenciam o nosso cotidiano. 
Perseverança, resiliência, determinação, colaboração, autocontrole, empatia, curiosidade, otimismo e confiança são algumas das habilidades socioemocionais possíveis de serem desenvolvidas.
As habilidades socioemocionais levam em consideração como o indivíduo consegue identificar e gerenciar suas emoções quando precisa tomar decisões intrapessoais e interpessoais. É, portanto, uma capacidade reflexiva de lidar com as emoções e os sentimentos, a qual potencializa características ímpares do seu eu nas relações com o outro.
Pesquisas neurocientíficas revelam que o programa emocional do indivíduo é iniciado enquanto feto a partir da interpretação das emoções vividas pela mãe. Além disso, afirmam que a base de tal programa emocional é construída até os 7 anos de vida.
Desta forma, é fundamental uma educação emocional desde a mais tenra idade, visando que o ser humano viva em sociedade de maneira positiva e estabeleça vínculos saudáveis consigo próprio e com os outros.
Educar emocionalmente implica em fortalecer o indivíduo, resgatar valores, o senso de respeito, de solidariedade e responsabilidade.
Escolas e famílias devem se unir em prol de estruturar os melhores recursos e planejar situações de aprendizagem que auxiliem as crianças a desenvolverem suas habilidades socioemocionais. Todavia, é necessário que nós, adultos, também tenhamos disponibilidade de "mergulhar" no processo do autoconhecimento.
Somente buscando aprimorar as nossas próprias habilidades seremos capazes de orientar assertivamente as crianças e os jovens. Então, responda sinceramente, em que nível de desenvolvimento está o seu empenho por sua saúde emocional?
Paty Fonte
Educadora especialista em Pedagogia de Projetos. Autora do livro 'Competências Socioemocionais na Escola'