Arte coluna opinião 17 novembro 2023Paulo Márcio
No próximo domingo (19/11), é celebrado o Dia Mundial do Empreendedorismo Feminino, que marca mais do que uma data no calendário. É uma oportunidade para refletir sobre os diversos desafios que as mulheres empreendedoras enfrentam e as barreiras que ainda existem para que elas consigam empreender de igual para igual com os homens. Mas também é uma data para destacar e reconhecer a coragem, a persistência e a resiliência das mulheres. Muitas vezes, abrir seu próprio negócio foi uma questão de necessidade e, através do empreendedorismo, elas vêm conquistando a sua independência financeira, realizando sonhos, liderando pessoas e construindo comunidades mais inclusivas.
Segundo dados divulgados no Mapa da Mulher Carioca, em agosto de 2023 havia 718 mil pessoas registradas como Microempreendedor Individual (MEI) na cidade do Rio de Janeiro, sendo praticamente metade delas do sexo feminino. Entre as principais atividades desenvolvidas pelas microempreendedoras cariocas, cabeleireiras, manicures e pedicures somam 44 mil mulheres, representando 12,4% do total.
De acordo com uma pesquisa realizada pelo Sebrae, o Rio de Janeiro é um dos estados com maior número de empreendedoras do país, tendo 38% das mulheres liderando seus empreendimentos, contra 34,4% da média nacional.
Apesar dos números significativos, as mulheres empreendedoras ainda enfrentam diversos desafios, como o acesso ao financiamento e a jornada dupla de trabalho. Entretanto, a partir desses dados, conseguimos estruturar ações eficazes que contribuam para melhorar essa realidade. Como Gestora Pública e Secretária das Mulheres do Rio de Janeiro, entendo que a independência financeira, além de trazer autonomia e liberdade para as mulheres, é também um caminho para combater à violência de gênero. Por isso, estamos criando políticas públicas que dão acesso à capacitação profissional e resgatam a dignidade das mulheres.
A Secretaria da Mulher da Prefeitura do Rio oferece diversos programas de capacitação através das Casas da Mulher Carioca, do Programa Mulher Cidadã, do Programa Mulheres do Rio e do Feira Delas. Políticas públicas que visam ampliar a inclusão social, tecnológica e empreendedora das mulheres. Dessa forma, fortalecemos a cidadania não só delas, mas de diversas famílias. São oportunidades como essas que eu acredito que podem destravar barreiras importantes para o empoderamento econômico e a emancipação social da nossa sociedade, pois quando investimos de forma estratégica em políticas públicas para as mulheres, investimos em toda a sociedade.
Não podemos ignorar o papel da maternidade nesse tema, entendendo que a tarefa do cuidado ainda sobrecarrega amplamente o público feminino, já que 50,8% dos lares brasileiros são chefiados por mulheres. Ou seja, fortalecer o investimento no empreendedorismo feminino possibilita um avanço na economia e, consequentemente, o combate eficaz das desigualdades para a sociedade do presente e do futuro.
Às vésperas do dia que marca o Empreendedorismo Feminino, reforço que a autonomia financeira salva a vida das mulheres e é um fator crucial para transformar as estruturas sociais, como o avanço na igualdade de gênero. Que a sociedade possa valorizar mais as empreendedoras femininas e que as oportunidades sejam cada vez mais igualitárias. Uma mulher com autonomia financeira representa uma cidade mais inclusiva. Se as mulheres são a maioria da população, também devem ser maioria na construção da economia.
Dar acesso e oportunidades para as mulheres é abrir caminhos e mudar vidas. Afinal, uma mulher com a vida transformada transforma uma geração.
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