Bruno Garcia Redondo. Professor da PUC-Rio e UFRJ. Procurador da UERJ. Advogado, doutor e mestre em DireitoDivulgação

O termo ESG (Environmental, Social and Governance) tem ganhado cada vez mais força no mundo corporativo e no setor público. Mas a pauta ainda precisa ser mais discutida para se popularizar de fato no Brasil, reforçando a sua missão: integrar fatores sociais, ambientais e de governança. A conscientização sobre as implicações dessas práticas – divulgadas em 2004 na publicação do Pacto Global com o Banco Mundial – se tornou um critério de avaliação de governos e negócios.
No meio privado, quem incorpora os princípios ESG em suas atividades contribui para um ambiente mais sustentável e inclusivo, e promove valores como ética, transparência e conformidade. Seus benefícios? Atrair investidores conscientes, fortalecer a confiança dos consumidores e operar com mais segurança a longo prazo. Mas apenas 33% das empresas têm adotado os três pilares ao mesmo tempo, segundo pesquisa da HRTech Mereo e Kyvo. É fundamental que os empresários brasileiros "virem a chave", enraizando a cultura ESG em seus empreendimentos.
Reforçados em 2015 com a Agenda 2030 da ONU e o Acordo de Paris, os critérios ESG não se restringem à iniciativa privada. Na esfera pública, são excelentes instrumentos para concretizar os princípios constitucionais que regem a Administração. É essencial que os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário desempenhem suas funções levando em consideração também o meio ambiente, o social e a governança.
Nossa sociedade precisa dessa revolução do funcionalismo público. É necessário intensificar campanhas de conscientização sobre a agenda ESG; promover e investir na capacitação de servidores; realizar avaliações periódicas qualitativas e quantitativas dos serviços prestados e das políticas públicas desenvolvidas; e adotar critérios e indicadores mais aprimorados para a avaliação, promoção e progressão de funcionários.
É verdade que o Brasil tem avançado. Mas assumir um compromisso oficial com a cultura ESG pode ser o empurrão que faltava para garantir, de fato, um desenvolvimento econômico sustentável.
Bruno Garcia Redondo
Professor da PUC-Rio e UFRJ
Procurador da UERJ
Advogado, doutor e mestre em Direito