Guto Neto é coordenador do curso de Cinema e Audiovisual das Faculdades Integradas Hélio Alonso (FACHA) e cineastaDivulgação

O Rádio é inventado no final do século XIX e tem sido um dos meios de comunicação mais influentes da história moderna. A transmissão de ondas eletromagnéticas através do ar proporcionou a repercussão rápida e ágil de notícias, entretenimento e música para públicos em todo o mundo. Com o passar das décadas, o rádio passou por várias transformações, desde a era do rádio AM até a era do rádio FM e, mais recentemente, a era dos podcasts.

O rádio AM (Amplitude Modulada) foi o formato inicial amplamente adotado durante a maior parte do século XX, fornecendo notícias, música e programas de entretenimento para milhões de ouvintes em todo o mundo. A ascensão do rádio FM (Frequência Modulada) na segunda metade do século XX trouxe melhorias significativas na qualidade do som e na resistência a interferências. Isso permitiu uma experiência auditiva mais clara e agradável para os ouvintes, impulsionando a popularidade do rádio ainda mais. No Brasil, o rádio foi o meio de comunicação dominante até a chegada da televisão, em 1950.

A televisão, no Brasil, tomou por referências programas de sucesso do rádio, como os de auditório, ainda presentes. Muitos ídolos do rádio foram contratados, brilharam e contribuíram para a ascensão da TV. Embora o convívio com a força da imagem, o rádio sempre esteve firme e desafiou as reduções dos investimentos de publicidade e as inovações tecnológicas. O advento da internet e das tecnologias digitais revolucionou completamente o cenário do rádio. Com a disseminação da banda larga e o surgimento de dispositivos conectados à internet, como smartphones e computadores, o rádio on-line e os podcasts ganharam destaque.

Os podcasts, em particular, emergiram como uma forma popular de conteúdo de áudio sob demanda. Esses programas variam em gênero e formato, abrangendo desde entrevistas e debates até narrativas de áudio e ficção. A conveniência de poder ouvir podcasts a qualquer momento e em qualquer lugar, combinada com uma variedade quase ilimitada de tópicos, atraiu uma base de ouvintes em constante crescimento. As tecnologias digitais desempenharam um papel fundamental nessa evolução.

A compressão de áudio, a distribuição on-line e as plataformas de streaming tornaram mais fácil do que nunca para produtores de conteúdo criarem e distribuírem programas de rádio e podcasts. Além disso, a interatividade oferecida pela internet permitiu uma maior participação do público, seja por meio de comentários, avaliações ou até mesmo envio de conteúdo gerado pelo usuário.

Em suma, a evolução do rádio, desde sua invenção até o surgimento dos podcasts, é uma história de adaptação às mudanças tecnológicas e às preferências do público. Enquanto o rádio tradicional continua a ser uma fonte importante de informação e entretenimento, os podcasts representam uma nova fronteira na forma como consumimos conteúdo auditivo, moldada pela era digital.
Guto Neto
Coordenador do curso de Cinema e Audiovisual das Faculdades Integradas Hélio Alonso (FACHA) e cineasta