É acordar todos os dias com um sonho na mente e a determinação no coração. É correr, lutar, esquivar-se e voar em direção aos objetivos. É errar e acertar, comparar e analisar, e seguir em busca de ser melhor. Um segundo a menos, um golpe mais preciso, um lançamento mais distante, uma recepção mais firme.

Errar é um passo em direção ao acerto, uma oportunidade de voltar, tentar de novo, e aprender algo valioso para seguir na vida com alegria e harmonia. Essa habilidade é a resiliência: a capacidade de se adaptar e se recuperar diante dos desafios. Resiliência é enfrentar as adversidades, é guardar as lágrimas e sorrir para enfrentar mais um dia.

São os Alissons, Isaquias, Heberts, Abners, Raysas, Kelvins, Bias e Rebecas que precisam de uma figura essencial para acreditar em seu potencial: o professor. Ele percebe, estimula, encoraja e oferece suporte. Nas brincadeiras, já diz: "Esse tem um braço forte na queimada" ou "Olha essa corrida no pega-pega? Se continuar, terá um futuro".
Os professores em diferentes lugares do Brasil descobrem e desenvolvem talentos. Nem todos vão chegar às Olimpíadas, mas todas as aprendizagens adquiridas nos preparam para viver o espírito que se intensifica nos Jogos. Vibrar com vitórias, chorar com o outro, emocionar-se com conquistas, competir com respeito, valorizando o que o outro tem de melhor, porque competir é reconhecer o desafio que é enfrentá-lo.

Todas as habilidades necessárias para ser um grande atleta podem ser estimuladas nas aulas de Educação Física. No desafio do pega-pega, ao pular corda, ao lançar e receber na brincadeira de queimada, ao saltar na amarelinha, ao criar estratégias no jogo coletivo, ao compreender que competir é cooperar por escolha, e que vencer não significa derrotar o outro, mas sim encontrar um desafio que nos inspira e encoraja a ser melhor todos os dias.

É começar de novo, até conseguir fazer com competência aquilo que se quer fazer. Essas habilidades exploradas nas aulas se transformam em competências que permanecerão atreladas a todas as experiências da vida, e que não se restringem ao esporte.

É preciso vencer os desafios sociais todo dia, olhar para o outro com empatia, se emocionar com conquistas e vibrar com suas vitórias. É preciso ser resiliente para recomeçar após uma árdua batalha. É preciso reconhecer e se inspirar no outro para continuar crescendo e evoluindo, vendo nele um espelho, não um inimigo. Esse é o maior legado do espírito olímpico.
* Cristiano Santos é mestrando em Educação e Membro da Aliança Pela Infância