A Semana Nacional de Trânsito de 2024 traz um tema que nos convida à reflexão e à ação: "Paz no trânsito começa por você". Como parlamentar, que tem lutado firmemente pela segurança viária ao longo de cinco mandatos, autor da “Lei Seca”, que já salvou milhares de vidas, eu reafirmo que a segurança no trânsito não é apenas um dever das autoridades, mas uma responsabilidade compartilhada entre todos nós: condutores, pedestres, sociedade civil e governo.
Segundo o Código de Trânsito Brasileiro (CTB), o trânsito em condições seguras é um direito de todos, mas a realidade mostra que, infelizmente, ainda estamos longe de alcançar essa meta. Dados do IPEA indicam que, entre 2010 e 2019, perdemos quase 400 mil vidas em acidentes de trânsito. É como se, em uma década, uma cidade inteira desaparecesse. Esses números não podem ser ignorados. Além dessas mortes, segundo dados da Seguradora Líder DPVAT, no mesmo período, cerca 4 milhões de vítimas com lesões temporárias ou permanentes.
Essas mortes e lesões no trânsito são, em grande parte, causadas por comportamentos que poderiam ser evitados: ultrapassagens perigosas, excesso de velocidade, uso de álcool ou drogas ao volante. Nossa legislação já avançou muito, mas ainda falta algo essencial: a mudança de mentalidade. Os anos de atuação no setor de transportes me mostraram que a legislação só alcança seu objetivo quando cada um de nós assume o papel de defensor da vida, ou seja, toda iniciativa legislativa só terá o efeito positivo deseja se a população estiver disposta a cooperar.
A Semana Nacional do Trânsito é mais do que um simples evento anual; é um chamado para que cada um de nós reflita sobre como nossas atitudes podem mudar a realidade do trânsito no Brasil.
A data também é uma oportunidade para que os governantes de todas as esferas administrativas executem campanhas de conscientização nos ambientes mais diversos possíveis, impactando o maior número de pessoas e relembrando-as que dirigir envolve ater para si a responsabilidade de zelar pela integridade física sua e do próximo. Todavia, para além das ações coletivas, a paz no trânsito só será alcançada quando reconhecermos a preciosidade da vida e adotarmos práticas de segurança em nosso dia a dia, pois atitudes no trânsito descomprometidas com a vida não geram um fator de risco apenas para quem as comete, mas também afligem o entorno deles.
Quantas vezes vemos no noticiário pessoas feridas grave ou até mortalmente por um terceiro enquanto caminhavam ou até mesmo apenas conversavam numa calçada? Ser responsável no trânsito não protege apenas a si mesmo, essa é uma decisão que traz benefício a toda sociedade.
Todos somos um agende de mudança em nossa casa, em nosso trabalho, em nossa escola, no bar, no restaurante, na igreja, em qualquer lugar, que cada pessoa entenda que a mudança que queremos deve começar em nós. Sua vida é preciosa. A vida do próximo, também! Seja um defensor da vida!
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