Eduardo GiraldezDivulgação
A robotização do ser humano a partir da Revolução Industrial, que criou o proletariado e as tarefas repetidas em sequência (vide a sátira “Tempos Modernos” de Charles Chaplin), pode ser estancada ou pelo menos amenizada pela tecnologia. Trabalhos antes realizados por horas infindáveis ou dias incontáveis, como a correção de dezenas de redações ou a preparação de um plano de aula, por exemplo, ganharam uma velocidade incrível. Com mais tempo disponível, o professor pode investir no que preferir — dar mais atenção à sua família, a si mesmo e aos alunos — ou desfrutar do merecido lazer.
Por outro lado, o historiador israelense Yuval Harari faz um alerta sobre o uso da tecnologia. Em seu mais recente livro, “Nexus, Uma breve história das redes de informação, da Idade da Pedra à inteligência artificial”, o escritor analisa que “as decisões que todos nós tomarmos nos próximos anos determinarão se a convocação dessa inteligência estranha se demonstrará um erro terminal ou o início de um novo capítulo promissor na evolução da vida”.
No caso da Educação, é possível garantir a “evolução da vida” citada por Harari, o que torna crucial manter professores e instrutores no comando das ações por maior que seja o processo de automação. A tecnologia serve de apoio, cumprindo mero papel de assistente, sem jamais substituir quem ensina, seja na geração de conteúdos (resumo e plano de aulas, apresentação de slides e mini vídeos, apostilas, etc) ou de tarefas (questão discursiva, múltipla escolha, etc).
Não podemos esquecer a menção do Papa Francisco — “esses desafios nos lembram as dimensões imutavelmente humanas e éticas de todo o progresso científico e tecnológico”. A preocupação do pontífice e do escritor israelense é a mesma com relação ao avanço da Inteligência Artificial, por isso manter a soberania do ser humano sobre a tecnologia é imprescindível.
Empreendedor das áreas de tecnologia, comunicação e educação
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