Escritora Isa Colli: lançando livro infantil sobre albinismoDivulgação

Janeiro é o mês ideal para acertar, literalmente, as contas do passado, avaliar onde erramos e corrigir o rumo para organizar as despesas no ano que se inicia. Depois do período de festas, fica mais fácil visualizar onde cometemos excessos de gastos, muitas vezes motivados pela compulsão ou até mesmo pela pressão da nossa sociedade pautada pelo consumo. Claro que é maravilhoso poder presentear as pessoas que amamos no Natal, fazer uma ceia digna da realeza e participar das inúmeras confraternizações para as quais somos convidados. A questão é que, quando percebemos, gastamos mais do que o nosso orçamento permite e lidar com essa realidade traz uma sensação de ressaca. As contas chegam, mais cedo ou mais tarde, seja na fatura do cartão de crédito ou nos parcelamentos aos quais recorremos para conseguir dar conta de tudo que queremos comprar. Se você está nesta situação, o mais prudente é se organizar para evitar o endividamento.

E para quem já estava com dívidas antes do período das festividades, penso que a ação precisa ser ainda mais efetiva. O levantamento mais recente feito pelo Serasa mostra que mais de 73 milhões de pessoas estavam endividadas no país nos últimos meses de 2024.

Então, o que fazer? Claro que só a própria pessoa sabe onde o calo aperta, mas existem atitudes que podem ser tomadas por todos, como por exemplo, colocar os gastos em uma planilha para ver onde é possível cortar excessos. As operadoras de celular e as empresas de TV por assinatura sempre fazem campanhas de fidelidade que podem baixar o valor da mensalidade; outra possibilidade é fazer a portabilidade do seu plano para uma operadora que ofereça melhores preços; conversar com o pessoal de casa para evitar o desperdício de energia, de gás e de água também é uma saída para reduzir as contas mensais; outra ideia é trancar a matrícula na academia por uns meses e fazer atividades físicas por conta própria até reorganizar as finanças; vender objetos que você não usa em sites voltados a essa finalidade também ajuda a gerar recursos; e, claro, evitar compras desnecessárias.

Para além do endividamento em si, vale lembrar que essa situação pode impactar no emocional, desencadeando ansiedade, estresse, angústia ou até mesmo depressão.

O Portal do Investidor, do site gov.br, traz um panorama interessante sobre esse tema ao revelar que a preocupação constante com as dívidas, o medo de não conseguir pagar as contas e a sensação de estar preso em uma situação financeira difícil têm um impacto negativo na saúde mental. O estresse financeiro pode levar a problemas de sono, irritabilidade, baixa autoestima e dificuldades de concentração. Além disso, como efeito psicológico, se pode ter sentimentos relacionados à culpa, à vergonha e ao fracasso, emoções conhecidas como tensão financeira.

O mais importante é saber reconhecer quando se chega a um nível de endividamento que vai exigir alguns sacrifícios, como o freio no consumo, o corte de gastos e a negociação das dívidas. É abrir mão de algumas coisas em busca de um objetivo: sair do vermelho. É um processo doloroso, mas necessário.

Por Isa Colli, jornalista e escritora