Joyce TrindadeDivulgação
Cresci vendo mulheres que sustentavam casas, criavam filhos, transformavam a realidade ao seu redor. Uma luta diária cheia de esperança.
Mas essa luta ainda não acabou. No Brasil, a cada seis horas, uma mulher é assassinada – e 63% delas são negras. Três em cada dez brasileiras já sofreram violência doméstica. No Rio, os homens ganham, em média, R$ 1.641 a mais que as mulheres. Nos cargos de chefia, a diferença salarial chega a 27,9%. Se somos a maioria da população – 51,5% no Brasil e 53,6% no Rio – por que seguimos minoria nos espaços de decisão?
São essas desigualdades que me movem. Desde 2021, um milhão de vidas foram impactadas pelo nosso trabalho. A Prefeitura já realizou 65 mil atendimentos a mulheres em situação de violência pelos 26 locais de atendimento espalhados pela cidade e capacitamos mais de 350 mil mulheres gratuitamente para mais de 50 áreas no mercado de trabalho. Pois defendemos que toda a mulher pode ser o que desejar, trabalhar na indústria, tecnologia, beleza, turismo, culinária e é o dever do setor público impulsionar essa transformação. Só este ano, já abrimos oito mil novas vagas para formação profissional, ampliando as oportunidades de independência financeira. Nossa rede de acolhimento garante suporte psicológico e jurídico sem a obrigatoriedade de boletim de ocorrência – porque nenhuma mulher deve enfrentar a violência sozinha.
A equidade de gênero não pode ser uma meta distante e sim um compromisso real, traduzido em políticas que garantam oportunidades, proteção e dignidade. Neste Dia Internacional da Mulher, reafirmo que a luta continua. Porque quando as mulheres avançam, o Rio avança junto.
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