deputado federal Marcelo QueirozDivulgação

Comemorado em março, o Dia Mundial do Rim é uma oportunidade vital – com todo o sentido literário da palavra – para refletir sobre saúde e doenças renais e, claro, promover ações de prevenção. Como transplantado renal, desde 2017, compreendo profundamente a relevância da realização de exames e de um acompanhamento contínuo para garantir uma boa qualidade de vida e evitar complicações graves.
É o momento de reforçar a necessidade de criação e fortalecimento de políticas públicas que ampliem o acesso a exames como a dosagem de creatinina (um produto da degradação muscular, filtrado pelos rins e eliminado pela urina), que não está incluída no hemograma completo e é fundamental para avaliar a função renal. Quando os rins não estão funcionando corretamente, os níveis da substância no sangue aumentam, sinalizando possíveis problemas. É um exame simples e rápido, mas que, muitas vezes, não recebe a atenção que merece.
A ausência da análise de creatinina no hemograma completo é um desafio, porque muitas pessoas, especialmente as com histórico familiar e fatores de risco para doenças renais, não realizam esse exame com a frequência necessária. E isso faz com que muitos problemas só sejam identificados em estágios mais avançados, quando o tratamento é mais complexo.
Precisamos trabalhar para assegurar que exames como o de creatinina sejam feitos de forma mais sistemática e rotineira. Essa medida não só irá melhorar a saúde da população como também diminuirá os custos com tratamentos mais caros e complexos. Esse é um dos temas tratados pela Frente Parlamentar em Defesa da Doação de Órgãos, que criei para dar suporte a pessoas que esperam por órgão e/ou tecidos.
Neste Dia Mundial do Rim, faço um apelo para que todos, desde os profissionais de saúde até os gestores públicos, se mobilizem em prol da saúde renal. Afinal, mais de 20 milhões de brasileiros vivem com algum nível de insuficiência renal, de acordo com a Sociedade Brasileira de Nefrologia. Um cenário preocupante, mas que pode ser evitado por meio de hábitos saudáveis e, claro, acesso à informação.


Minha jornada – com anos à espera por um rim compatível, enquanto enfrentava a dura rotina da hemodiálise - me mostrou que cada um de nós pode fazer a diferença. Seja cuidando dos nossos rins, apoiando campanhas de doação de órgãos ou divulgando sobre as doenças renais. O Dia Mundial do Rim não é apenas uma data no calendário. É um lembrete de que a vida é frágil, mas também cheia de possibilidades. E eu sou a prova viva disso.

Marcelo Queiroz é deputado federal e transplantado renal