Wesley TeixeiraDivulgação
No processo, produziu a maior figura histórica do país, 3 vezes Presidente da República e, na última, após um golpe que o levou à prisão, a ascensão da extrema-direita e quebra do pacto constitucional de 88.
Lula ainda é o melhor nome para 2026, mas é humano e finito. E além do Lula, temos quem? A Extrema-Direita apresenta quadros consolidados, a esquerda, brigas internas e uma burocracia partidária que se vê ameaçada por novos atores e atrizes políticos.
Os petistas estão convencidos que tudo surgirá de dentro do PT, que já enfrentou severos ataques e deu a volta por cima. Portanto, em qualquer cenário continua com papel relevante, o que torna sua disputa interna mais importante. Seus quadros buscam se posicionar no entorno do próximo núcleo de poder que dirigirá “próxima quadra”.
Outra parte da esquerda acredita que o caminho está na radicalidade. Há aqueles que preferem fazer isso demarcando com o PT e os que querem fazer essa disputa estando próximos. A esquerda radical acumula debates importantes sobre diversidade e conquistou mandatos combativos no legislativo, transformando o parlamento numa grande vitrine, mas não demonstra capacidade de governar e lidar com as contradições do executivo.
As eleições municipais acenderam um alerta para o campo progressista, os vitoriosos não foram nem os petistas e nem a esquerda radical e sim o centro político, destaco duas figuras e seus partidos: Eduardo Paes (PSD), no Rio de Janeiro, e João Campos (PSB), em Recife. Ambos eleitos no primeiro turno, em partidos de centro-direita e centro-esquerda com as maiores vitórias eleitorais nacionalmente. É importante compreender que agregar é fundamental, já que as opiniões e pautas da esquerda não são majoritárias na sociedade e enfrentam um inimigo global, antidemocrático, xenófobo, que ameaça a existência da humanidade com o negacionismo climático.
O governo tem um problema de comunicação, os algoritmos são controlados pelas Big Techs que se alinharam à extrema-direita, nosso campo negligenciou o papel da comunicação, porém o problema é político, não é como comunicar, mas o que comunicar? O atual governo é de restauração, o que não é o suficiente para combater o sentimento de frustração das pessoas que não sentem impacto significativo nas suas vidas cotidianas como nos dois primeiros governos Lula.
A chegada de novas tecnologias alteraram o mundo e as formas de trabalho, precisamos pensar como dialogar com essa camada que não se encontra na linha da pobreza, vivenciou uma ascensão social e hoje luta para pagar as contas e tem ambição em prosperar. É fundamental entender esses anseios e respondê-los.
Dialogar implica em não agir de forma elitista, questionando a visão que o sujeito construiu sobre si mesmo a partir das suas experiências. A mudança na religiosidade brasileira é um exemplo, o crescimento dos evangélicos é uma realidade que não será alterada.
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