Rafael Aloisio FreitasDivulgação

Neste domingo, dia 11 de maio, chega ao fim mais uma edição do Comida di Buteco, esse concurso delicioso que movimenta bares, esquinas e calçadas do Rio de Janeiro. E, se hoje ele é esse sucesso de público, alegria e sabores incríveis, é também porque o Rio sabe valorizar – como poucas cidades no mundo – a boa botecagem. Com mesas e cadeiras nas calçadas, chopinho gelado e muita resenha entre amigos, do jeito que o carioca gosta.
Enquanto percorro bares do concurso (porque vereador também gosta de comida e de boteco), um pensamento me toma a mente: as mesas e cadeiras nas calçadas se consolidaram como uma instituição carioca. É onde a vida acontece: casais se conhecem, amizades se fortalecem, ideias nascem e boas risadas são compartilhadas. No barzinho de bairro, com aquele garçom gente boa, que já sabe o pedido do cliente de cabeça, e a cadeira plástica ou de madeira que já virou parte da paisagem. Isso é Rio de Janeiro. Isso é cultura viva.
Foi justamente com esse espírito que nasceu a Lei Complementar 226/2020, de minha autoria, também conhecida como a Lei das Mesas e Cadeiras nas Calçadas. Ela foi feita pensando em valorizar nossos bares e restaurantes, dar mais vida às ruas e apoiar a economia dos bairros. Com a lei, os estabelecimentos podem pedir licença à Prefeitura para usar as calçadas de forma organizada, com área delimitada e respeitando o espaço destinado aos pedestres. Resultado? Mais movimento, mais segurança, mais emprego e mais alegria nas ruas.
E não é só aqui no Rio que isso funciona. Quem já andou por cidades como Lisboa, Paris, Buenos Aires ou Montevidéu sabe: mesa na calçada é charme, é convivência, é atrativo turístico. Mas, convenhamos, nenhuma tem o gingado carioca, o calor humano e a descontração que a gente imprime até nos copos americanos. Aqui, tudo vira motivo para brindar — seja uma promoção no trabalho, o aniversário do amigo ou só a vontade de ver a vida passar enquanto o sol se despede no fim de tarde.
Com as mesas e cadeiras dos bares e restaurantes, as calçadas assumiram sua verdadeira vocação de pontos de encontro, gerando mais movimento, mais segurança e mais emprego. Segundo o Sindicato de Bares e Restaurantes do Rio (SindRio), cerca de 30% dos jovens conseguem o primeiro emprego nesse setor. É muita gente começando a vida profissional graças ao movimento gerado por esses espaços. Cada garçom, cozinheiro, auxiliar de limpeza ou caixa representa uma família sendo sustentada, sonhos sendo realizados e a roda da economia girando.
O Comida di Buteco é a cara do Rio. Durante um mês, ele consegue representar o que, para muitos bares, seria um ano inteiro de faturamento. Isso mostra o quanto o carioca valoriza essa cultura de boteco, esse jeito informal e acolhedor de viver. E é por isso que investir nas calçadas, com mesas e cadeiras, é investir na alma da cidade.
Esse é o Rio que queremos: cheio de gente nas ruas, trabalhando, celebrando, criando memórias e fazendo a cidade pulsar com alegria e esperança. A calçada não é só passagem — é palco de histórias, é a extensão do nosso lar.
Seguimos juntos, nas ruas e nas calçadas, valorizando quem faz o Rio ser o Rio.
Rafael Aloisio Freitas é vereador pelo PSD