Inauguração está prevista para abril de 2024Divulgação

Nesta sexta-feira (15), dia do aniversário de Paty do Alferes, o prefeito Juninho Bernardes anunciou a criação do Parque Fazenda Monte Alegre. Localizada na entrada da cidade, a histórica fazenda do final do século 18 vai se transformar em um centro de lazer, cultura e educação.

Com uma área de mais de 115.000m², a propriedade abriga uma riqueza histórica, incluindo a Casa Sede de dois andares, uma capela, um Jardim Botânico com vegetação nativa, parque de esculturas e uma galeria de arte ao ar livre. Além disso, o local conta com um cafezal com 11.500 pés, com um Museu do Café, trilhas deslumbrantes, um Bistrô e um restaurante.

Uma das inovações do Parque Fazenda Monte Alegre será sua função dupla, funcionando também como Escola de Formação, oferecendo cursos profissionalizantes para a população. O prefeito Juninho Bernardes enfatiza a importância do projeto para o turismo patiense. "Nós pertencemos a uma importante parcela da história do Vale do Café. Descendemos de Homens e Mulheres que escreveram a História do Brasil, e isso faz daqui uma região riquíssima em cultura, um município consolidado e conhecido por possuir casarios antigo, igrejas, estradas e fazendas que pertenceram aos barões do café, um importante capítulo da história do Brasil Imperial, quando o café era a único item de exportação do Brasil. Esse Parque visa resgatar essa nossa conhecida e rica história, ser um atrativo a mais para nossos visitantes que buscam cultura, onde vão poder sentir como era viver no século XVIII. Esta fazenda, que já foi lar do Segundo Barão de Paty, será um ponto de encontro entre o passado e o futuro, também capacitando nossa comunidade", disse Juninho.
A expectativa é que o Parque Fazenda Monte Alegre abra suas portas aos visitantes em abril do próximo ano. "Este parque é um presente para nossa cidade, gerando emprego, renda, atraindo turistas e resgatando nossa rica cultura e história. Além disso, oferecerá momentos de diversão para toda a família, promovendo educação e a formação profissionalizante. Uma coisa é aprender nos livros, outra é aprender vivendo a história, respirando a história, essa é nossa diferença”, concluiu o prefeito.
História da Fazenda Monte Alegre
A história da Fazenda Monte Alegre está fortemente ligada à de Francisco Peixoto de Lacerda Werneck, o Barão de Paty do Alferes, membro da família que dominou por quase 200 anos a maior parte das terras na “Serra Acima”, como era conhecida esta parte da então Província Fluminense. Não foi o Barão quem construiu Monte Alegre, porém ,é certo que desde 1855 ele residiu na fazenda, efetivando-a como seu centro de negócios e de documentação, arquivos etc. Das várias fazendas que possuía (sete, com centenas de escravizados) era a melhor aparelhada, melhor localizada, possuidora do melhor quadro de profissionais especializados (enfermeiros, sapateiros, lavadeiras, etc. Só carpinteiros havia 10) e a que possuía melhores instalações. A Monte Alegre chegou a ter mais de 200 escravizados por volta de 1859.
Em 1861, uma grande reforma ocorreu nesta fazenda – ano que vamos ver em destaque na fachada. O imperador Pedro II veio de Petrópolis a Paty do Alferes de surpresa – pela hoje Estrada do Imperador - em 1858, e foi recepcionado pelo Barão de Paty em sua casa no centro do município. O Barão decidiu promover uma grande reforma em sua Fazenda Monte Alegre para colocá-la à altura de visitantes ilustres. A reforma foi concluída em 1861, mesmo ano da morte do Barão.
Monte Alegre possuía casa de moradia com oratório próprio, moinho, engenho de farinha, 59 lances de senzala, pilões, serraria, olaria, forno apetrechado, 2 lances de casa para guardar carros, 10 lances de armazéns de café e tulhas, um canavial, cafezais e 9 enfermarias para os escravizados.
Com a morte do barão, sua esposa Maria Isabel Peixoto de Lacerda Werneck de Castro, baronesa de Pati, assumiu seus negócios. Em 1911, a herdeira viscondessa de Arcozelo vende a fazenda para Joaquim Ribeiro de Avelar. Depois disso, a Monte Alegre foi fragmentada, tendo a casa passado por várias mãos, como Sabino de Robertis, Antônio Faustino Porto e até mesmo de uma empresa que a transformou em hotel. Na década de 1980, o arquiteto Dr. Gabriel a comprou e levou seis anos para restaurá-la com uma equipe de 3 artesãos.