Bolsonaro gastou R$ 186 mil com cartão corporativo em panificadora de ResendeJoédson Alves

O ex-presidente do Brasil Jair Bolsonaro (PL) gastou R$ 186.257,55, no cartão corporativo do Governo Federal, em uma panificadora de Resende. As despesas, referentes às viagens de 2019 a 2021, foram registradas durante as visitas a cidade para acompanhar as cerimônias na Academia Militar das Agulhas Negras (Aman).
A Secretaria Geral da Presidência derrubou o sigilo de 100 anos impostos por Bolsonaro sobre os dados do Cartão de Pagamento do Governo Federal (CPGF), conhecido popularmente como cartão corporativo. Os gastos totais chegam a pelo menos R$ 27,6 milhões em despesas nos quatro anos de gestão. Os dados foram obtidos pela agência "Fiquem Sabendo" após um pedido da Lei de Acesso à Informação.
Os altos valores em Resende chamam a atenção. No dia 30 de novembro de 2019, durante a estadia para participar da formatura dos aspirantes, Bolsonaro gastou R$ 27.478,70 na panificadora. No dia 16 de outubro do ano seguinte, R$ 16.678,30. Nos dias 27 de novembro e 5 de dezembro de 2020 foram R$ 40.722,05.
No ano de 2021, os gastos na panificadora resendense continuaram. No dia 21 de junho, apesar de não ter agenda oficial em Resende, o ex-presidente gastou R$ 8.866,55 na fábrica de pães. Na mesma data ele participou da cerimônia de formatura de novos sargentos da Escola de Especialistas de Aeronáutica, em Guaratinguetá (SP).
Em 17 de agosto de 2021, o maior valor registrado em um único dia: R$ 43.417,00. Nos dias 26 e 27 de novembro foram R$ 49.094,95. Em 2022 não houve registros de despesas na panificadora. A legislação define que o cartão corporativo da Presidência da República serve para despesas imediatas.
O Jornal O Dia tentou entrar em contato com a panificadora, mas não teve retorno. A reportagem não conseguiu contato com a assessoria do ex-presidente para que os motivos dos altos gastos com alimentação em Resende fossem explicados.