Recentemente novos inquéritos também foram abertos tanto na Polícia Civil, quanto na Federal, apontando novos personagens no esquemaFoto: Ilustração

Rio das Ostras - A atuação de uma milícia digital, cometendo crimes na internet, pode ter sido decisiva para a eleição do atual prefeito Marcelino da Farmácia em 2020. Isso é o que apura uma série de inquéritos policiais instaurados tanto pela Polícia Civil quanto pela Federal a que o Jornal O DIA teve acesso. A suspeita é de que o grupo, que atuou fortemente nas eleições passadas, continua ativo neste pleito, promovendo ataques e fakenews contra o principal candidato da oposição, Carlos Augusto Balthazar (PL). Nestas eleições, embora não seja candidato, Marcelino aposta todas as suas fichas na candidatura do vereador Maurício Braga Mesquita, que tem como vice a secretária de promoção social, Elliara Fialho.

Através do Inquérito Policial número IPL n°. 2021.0060425 o delegado da Polícia Federal Carlos Eduardo Angausa da Costa aponta alguns suspeitos de participação da milícia digital pró-grupo de Marcelino. Entre os intimados para depor estão Anderson de Almeida, Mayara Borba, filha do prefeito Marcelino da Farmácia.

Recentemente novos inquéritos também foram abertos tanto na Polícia Civil, quanto na Federal, apontando novos personagens no esquema como, por exemplo, o blogueiro Armando Escudeiro. Alvo de diversas condenações e inquéritos, o cidadão, que atende pela alcunha de Dr. Escudeiro recentemente anunciou apoio público ao candidato de Marcelino, Maurício BM, enquanto propaga diversas fakenews contra seu principal adversário nas redes sociais.

Outro cidadão apontado como suspeito é o artista circense Vitor Flores, denunciado na Delegacia de Repreensão a Crimes de Informática (DRCI), pela produção de material difamatório contra Carlos Augusto. Os vídeos gravados e produzidos por Vitor, são amplamente divulgados em centenas de grupo de whatsapp e Telegram supostamente alimentados pela milícia digital. Vitor foi o artista contratado oficialmente pela campanha de Marcelino em 2020 para apresentar seus vídeos e hoje serve à campanha de BM atacando seu principal opositor.

Outro inquérito policial, de número 128-05148/2024 instaurado na 128 DP de Rio das Ostras tenta estabelecer a possível ligação entre Vitor Flores, Armando Escudeiro e outros personagens ao grupo criminoso que tenta influenciar o resultado das eleições de 2024, assim como fez em 2020. O delegado Dr Ronaldo Andrade de Cavalcante já determinou os depoimentos e diligências com todos os suspeitos do caso. Caso fique comprovada a atuação desta milícia, o resultado da investigação pode ser o pedido de prisão de todos os envolvidos, além de sanções eleitorais contra os políticos supostamente beneficiados pelo esquema.

A equipe de reportagem tentou contato com os envolvidos. Vitor Flores, respondeu em nota. "Em relação à matéria veiculada pelo jornal O Dia, reitero, integralmente, as informações prestadas em sede policial e ratifico que todas minhas postagens têm como base os fatos que são públicos e de conhecimento de toda a população, além de estarem respaldados juridicamente pela verdade dos conteúdos e pela liberdade de expressão. A matéria menciona duas acusações distintas criadas pelo ex-prefeito, e que, na verdade, tem o único objetivo de intimidar as pessoas de exporem a verdade em relação ao candidato Carlos Augusto. Sigo firme no meu propósito de cidadania, politicamente ativo, e indignado com as más práticas. Reitero, por fim, meu compromisso com a verdade e minha confiança nas instituições policiais e judiciais, me colocando sempre a disposição para esclarecimentos", disse
A defesa de Mayara Borba questiona a existência e a relevância do inquérito, mencionando que o número é de 2021 e não está diretamente ligado aos eventos atuais. Não foi possível obter uma resposta de Anderson de Almeida. A matéria está em atualização.