Publicado 15/09/2020 11:09 | Atualizado 15/09/2020 11:59
Rio - O Partido Socialismo e Liberdade (Psol) entrou, nesta terça-feira, com um novo pedido de abertura de processo de impeachment contra o prefeito do Rio, Marcelo Crivella, na Câmara Municipal. De acordo com o documento entregue ao presidente da Câmara, Jorge Felippe, Crivella cometeu improbidade administrativa, crime de responsabilidade e desviou verbas públicas.
Segundo o partido, a iniciativa foi motivada pela suspeita recentemente revelada sobre um esquema de corrupção envolvendo o prefeito e homens de sua confiança após a realização de mandados de busca e apreensão oriundas da Operação Hades.
Ainda de acordo com o partido, Crivella desviou verbas públicas ao supostamente participar do esquema e cometeu improbidade administrativa e crime de responsabilidade. As investigações mostram que o prefeito trocou quase 2 mil mensagens com Rafael Alves, que não tinha cargo na gestão. O empresário atuaria para facilitar contratos de empresas por meio do pagamento de propina e teria forte influência sobre o mandatário. Ambos negam as acusações.
Procurado pelo DIA, a prefeitura do Rio ainda não se manifestou sobre o novo pedido protocolado.
Operação
A Polícia Civil e o Ministério Público estadual (MPRJ) realizaram, na semana passada, uma operação contra irregularidades em contratos firmados com a Prefeitura do Rio. Foram 22 mandados de busca e apreensão, cumpridos em endereços ligados a Crivella (Republicanos), servidores, empresários e à administração municipal. Um dos celulares e um pendrive de Crivella foram apreendidos.
A ação foi um desdobramento da Operação Hades, deflagrada no dia 10 de março deste ano, que investiga a existência de uma possível organização criminosa e esquema de corrupção na prefeitura.
Os mandados para a ação foram autorizados pelo 1º Grupo de Câmaras Criminais do Tribunal de Justiça do Rio (TJRJ). Dentre os endereços alvos, estavam a residência de Crivella, na Península, na Barra da Tijuca, na Zona Oeste, o Palácio da Cidade, residencial oficial da prefeitura, em Botafogo, na Zona Sul, e o Centro Administrativo São Sebastião, sede do Executivo Municipal, na Cidade Nova.
Os agentes também foram a endereços residenciais e funcionais de agentes públicos municipais e empresários em Jacarepaguá, Flamengo, Tijuca, Itaipava, na Região Serrana, e em Nilópolis, na Baixada Fluminense.
Pedido de impeachment
Pedido de impeachment
A Câmara de Vereadores rejeitou a abertura do processo de impeachment contra o prefeito no dia 3 de setembro. Ao todo, foram 25 votos contra e 23 a favor da abertura do rito.
O pedido de abertura do processo de impeachment foi protocolado pela deputada estadual Renata Souza (PSOL) como reposta à denúncia veiculada pela TV Globo, de que grupos organizados de servidores municipais são pagos pela prefeitura para constranger o trabalho da imprensa na porta das unidades de saúde do município e impedir que a população dê entrevistas. O grupo ficou conhecido como 'Guardiões do Crivella'.
*Com informações do Estadão Conteúdo
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