Marcelo Crivella  - Cléber Mendes / Agência O Dia
Marcelo Crivella Cléber Mendes / Agência O Dia
Por O Dia
Rio - O prefeito do Rio, Marcello Crivella (Republicanos), classificou como "estranha" e "injustificada" a operação realizada pela Polícia Civil e Ministério Público estadual (MPRJ) nesta quinta-feira, contra supostas irregularidades em contratos firmados pelo Município. Foram 22 mandados de busca e apreensão, cumpridos em endereços ligados ao prefeito,servidores, empresários e à administração municipal. Um dos celulares e um pendrive de Crivella foram apreendidos.

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Prédio onde mora o prefeito Marcelo Crivella, na Barra da Tijuca Estefan Radovicz / Agência O Dia
Prefeitura do Rio e Crivella são alvos de operação contra corrupção Luciano Belford/Agência O Dia
Prefeitura do Rio e Crivella são alvos de operação contra corrupção Luciano Belford/Agência O Dia
Prefeitura do Rio e Crivella são alvos de operação contra corrupção Luciano Belford/Agência O Dia
Prefeitura do Rio Luciano Belford/Agência O Dia
Prefeitura do Rio Luciano Belford/Agência O Dia
Marcelo Crivella Cléber Mendes / Agência O Dia
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“Semana passada, o meu advogado, o Dr. Alberto Sampaio, esteve com o sub-procurador do Ministério Público Estadual, o Dr. Ricardo Martins, colocando à disposição os meus sigilos bancário, telefônico e fiscal por conta de denúncias publicadas na imprensa. Portanto, foi estranha a operação realizada hoje na minha casa, considerando ainda que estamos em período eleitoral. No entanto, quero registrar que vi respeito e integridade no procurador, no delegado e no oficial de justiça", disse Crivella, em vídeo divulgado na tarde de hoje.
A operação foi um desdobramento da Operação Hades,deflagrada no dia 10 de março deste ano, que investiga a existência de uma possível organização criminosa e esquema de corrupção na prefeitura. Na ocasião, foram cumpridos 17 mandados de busca e apreensão na sede da Riotur, na Cidade da Música, na Barra; Jacarepaguá;Copacabana; e em Angra dos Reis, na Região da Costa Verde.

"A ação durou cerca de uma hora e nada foi encontrado. Considero essa ação injustificada, já que sequer existe denúncia formal e eu não sou réu nesta ou em qualquer outra ação", completou o prefeito.

A investigação do MPRJ e da Civil teve como ponto de partida a delação premiada do doleiro Sérgio Mizrahy, preso na Operação Câmbio Desligo, um dos desdobramentos da Lava Jato fluminense, realizada em maio de 2018. Veio dele a expressão QG da Propina para se referir ao esquema, que teria como operador Rafael Alves, homem forte da prefeitura apesar de não ter cargo oficial.

O suposto QG funcionaria assim, de acordo com o delator: empresas interessadas em trabalhar para o Executivo carioca entregavam cheques a Rafael, que faria a ponte com a prefeitura para encaminhar os contratos. O esquema também funcionaria no caso de empresas com as quais o município tinha dívidas - aqui, o operador mediaria o pagamento.
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"Um mandado de busca e apreensão precisa vir acompanhado da motivação e os oficiais encarregados não apresentaram.Portanto, quero dizer que, apesar disso, do fundo do meu coração, confesso que prefiro o Ministério Público voluntarioso, mesmo com alguns excessos, do que aquele omisso, que permitiu ocorrer no Rio de Janeiro, em gestões passadas, o maior volume de corrupção já visto no mundo, que tantos prejuízos trouxeram e ainda trazem ao nosso povo. Uma conta amarga que tivemos que pagar de obras olímpicas superfaturadas", disse Crivella.

Confira a nota na íntegra
Semana passada, o meu advogado, o Dr. Alberto Sampaio, esteve com o sub-procurador do Ministério Público Estadual, o Dr. Ricardo Martins, colocando à disposição os meus sigilos bancário, telefônico e fiscal por conta de denúncias publicadas na imprensa. Portanto, foi estranha a operação realizada hoje na minha casa, considerando ainda que estamos em período eleitoral. No entanto, quero registrar que vi respeito e integridade no procurador, no delegado e no oficial de justiça. A ação durou cerca de uma hora e nada foi encontrado. Considero essa ação injustificada, já que sequer existe denúncia formal e eu não sou réu nesta ou em qualquer outra ação. A investigação, que ainda nem se transformou em ação, se motiva em uma matéria do jornal O Globo, inimigo jurado do nosso governo, que alega existir na Prefeitura uma central de propinas, e a prova que apresenta é o pagamento devido pela administração anterior a uma empresa chamada Locanty. Vocês podem conferir no site de transparência da Prefeitura que nunca durante o meu governo foi feito qualquer pagamento a essa empresa. Lamento também que a Rede Globo de Televisão tenha chegado na minha casa antes dos oficiais. Como ela sabia se havia sigilo? Um mandado de busca e apreensão precisa vir acompanhado da motivação e os oficiais encarregados não apresentaram. Portanto, quero dizer que, apesar disso, do fundo do meu coração, confesso que prefiro o Ministério Público voluntarioso, mesmo com alguns excessos, do que aquele omisso, que permitiu ocorrer no Rio de Janeiro, em gestões passadas, o maior volume de corrupção já visto no mundo, que tantos prejuízos trouxeram e ainda trazem ao nosso povo. Uma conta amarga que tivemos que pagar de obras olímpicas superfaturadas. Vamos em frente e que Deus nos abençoe.