Publicado 03/06/2021 14:58
Rio - A Secretaria de Estado de Polícia Civil (SEPOL) do Rio de Janeiro montou uma força-tarefa reunindo a 16ª DP (Barra da Tijuca), a 32ª DP (Taquara), a Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente (DPMA) e a Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas e Inquéritos Especiais (DRACO) para apurar as circunstâncias do desabamento do prédio na comunidade Rio das Pedras, na Zona Oeste do Rio, que deixou pai e filha mortos. Além disso, a força-tarefa também vai investigar o possível envolvimento de milicianos em construções irregulares na região.
Segundo informações iniciais obtidas pela Polícia Civil, o imóvel que desabou era antigo e foi construído pelo antigo dono, um comerciante local, há mais de 20 anos, e sua construção não teria ligação com a milícia. Policiais civis estiveram no local, conversaram com testemunhas e vítimas. A perícia começou a ser feita no local por volta das 14h30. Diligências já estão sendo realizadas para esclarecer as causas do desabamento e o possível envolvimento de milicianos em outros empreendimentos imobiliários da região.
O desabamento no prédio ocorreu por volta das 3h20 desta quinta-feira. Testemunhas dizem que uma hora antes do imóvel cair foram ouvidos os estrondos. "Primeiro ouvi um estalo, depois um barulho bem forte. Parecia aquelas coisas de filme, terremoto. Tremeu tudo", relata Dona Antônia, que não conhecia a família moradora do local, mas deixava os filhos por lá. No andar térreo do imóvel existia uma lan house, sempre cheia de crianças durante fins de semana e feriados.
O socorro foi feito por socorristas de três quarteis do Corpo de Bombeiros. Cães farejadores também foram usados para encontrar as pessoas nos escombros.
A secretária municipal de Assistência Social, Laura Carneiro, tratou o acidente como uma tragédia. "É uma tragédia. A gente está trabalhando para ajudar e socorrer as pessoas. Uma vítima está conversando com os socorristas e dando detalhes de onde estariam outras duas", disse.
O prefeito do Rio, Eduardo Paes, chegou no local por volta das 8h. Ele e o governador do estado, Cláudio Castro, afirmaram que farão parceria para endurecer as fiscalizações contra construções irregulares em comunidades da cidade. "Nem milícia, nem traficante, nem delinquente se sobrepõe ao poder do estado. Não vamos tirar todas as casas de todos os lugares da cidade. O que se tem que fazer é olhar as que estão com mais risco, para tentar fazer melhorias habitacionais. Estamos trabalhando, basta ver o noticiário. Todo dia fazemos demolições de habitações irregulares", disse.
A Prefeitura confirmou que o imóvel que desabou na comunidade de Rio das Pedras era irregular. A confirmação foi feita pela Secretaria Municipal de Habitação.
A Defesa Civil interditou outros seis imóveis na região. A Secretaria Municipal de Infraestrutura e Habitação informou que é preciso aguardar a retirada de todos os escombros, pra depois avaliar se há necessidade de demolição desses seis prédios interditados.
Por conta do desabamento, parte da comunidade de Rio das Pedras segue sem energia elétrica.
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