Publicado 14/06/2021 11:02
Rio - O prefeito Eduardo Paes e o secretário de Ordem Publica Brenno Carnevale estiveram na Muzema, na Zona Oeste do Rio, na manhã desta segunda-feira, para acompanhar a situação das famílias que saíram às pressas de oito imóveis após ouvirem um estalo durante a madrugada. A subprefeitura de Jacarepaguá informou que o barulho era do piso de uma cozinha que estourou por ter sido mal colocado. A moradora do apartamento saiu do local e ligou para os bombeiros, o que teria assustado quem mora em outros prédios. "Nenhuma família precisa sair do imóvel. Não há problema estrutural", disse a assessoria da pasta. Segundo Paes, a ordem a partir de agora é coibir qualquer construção e demolir imóveis em obras. "Tudo que fizer de obra nova aqui vai ser derrubado. Não comprem! Não se mudem pra cá!", disse. Técnicos da Defesa Civil, secretarias de Conservação e da Ordem Pública e da subprefeitura de Jacarepaguá formaram um força-tarefa e iniciaram a demolição de estruturas que estão sendo erguidas de forma irregular, entra elas um prédio em fase de construção.
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Apesar da promessa de fiscalização, quem mora no local não acredita em uma melhora. Um morador, que não quis se identificar, relatou que vive com medo e denunciou que a área, dominada por milícias, foi abandonada pelo poder público depois do desabamento em 2019. Na época, 24 pessoas morreram depois que dois prédios irregulares caíram na comunidade.
"A maioria desses prédios é construída pela milícia. Não mudou nada depois do que aconteceu. Só no começo que vieram aqui, igual agora, mas daqui um mês volta tudo de novo. Aqui sempre vai ser o que é. A gente não acredita em muitas mudanças, principalmente porque aqui é perto de Rio das Pedras", disse o morador, citando a comunidade também dominada pela milícia. No local, um prédio desabou no último dia 3 e matou duas pessoas da mesma família, Nathan Souza Gomes, 30, e a filha Maitê, de 2 anos.
Segundo uma moradora que não quis se identificar, o problema aconteceu no apartamento 602. Após o estalo, os vizinhos batiam nas portas para avisarem os outros que era preciso deixar o imóvel. "Ficamos lá embaixo até umas 4h. Como a Defesa Civil disse que está tudo certo, a gente vai permanecer", afirmou.
De acordo com o Corpo de Bombeiros, os chamados para o local começaram às 2h. Equipes foram enviadas para a região para auxiliar na evacuação das famílias que já retornaram aos prédios. Durante a passagem pela comunidade, Paes também determinou a demolição de um edifício em fase de construção. Questionado sobre as placas de aluguel que continuam sendo colocadas nos imóveis, o prefeito ressaltou o trabalho de investigação da Polícia Civil vem dando resultados.
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"Recentemente, a Polícia Civil realizou uma operação contra essa turma do mercado imobiliário ilegal dessa região aqui então, é óbvio se você tem aí 'alugo, vendo' é muita gente que continua comercializando imóveis irregulares", explicou.
"Recentemente, a Polícia Civil realizou uma operação contra essa turma do mercado imobiliário ilegal dessa região aqui então, é óbvio se você tem aí 'alugo, vendo' é muita gente que continua comercializando imóveis irregulares", explicou.
Carnevale disse que a Prefeitura vem acompanhando os trabalhos de inteligência da Polícia Civil para impedir que grupos criminosos continuem construindo na região. "A prefeitura também não vai tolerar, na medida das suas atribuições, evidentemente, que as pessoas se sintam amedrontadas, acuadas de falarem, dentro de uma localidade que é pública", pontuou.
Nas ruas, câmeras de seguranças foram instaladas para monitorar os moradores e a movimentação. Questionado sobre o assunto, o secretário disse que as instalações serão analisadas junto à subprefeitura de Jacarepaguá e à RioLuz, já que os equipamentos foram acoplados aos postes públicos.
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