Operação da Policia Federal. Na foto, blusa azul, capitão Guimarães chegando preso a sede da PF. Reginaldo Pimenta / Agencia O Dia

Rio - A Justiça do Rio converteu em domiciliar a prisão do bicheiro Aílton Guimarães Jorge, o Capitão Guimarães, no fim da tarde desta sexta-feira (9). Proferida pelo desembargador do Plantão Judiciário Heleno Ribeiro Pereira Nunes, a decisão atendeu a habeas corpus impetrado pela defesa.
Preso há dois dias, o contraventor agora cumprirá pena em domicílio, com monitoramento feito por tornozeleira eletrônica. O pedido da defesa para conversão da pena tinha como argumento as condições de saúde do bicheiro, que já tem 81 anos. Segundo os advogados, Guimarães trata de um câncer.
Outras condições impostas pela Justiça foram a obrigação da permanência no domicilio, com saída apenas para emergências médicas. Guimarães também terá de entregar o passaporte e manter o endereço fixo. O acesso a internet também está impossibilitado, assim como o contato com testemunhas, investigados e envolvidos no caso.
"Assim, levando em linha de conta o encimado, ao menos neste juízo perfunctório que nos é permitido na estreita via liminar do Habeas Corpus, parece-nos incoerente o indeferimento da prisão domiciliar do paciente pela prática dos crimes descritos nos artigos art. 12 e 16, ambos da Lei n.º 10.826/03 (porte de munição e acessório de uso restrito), decorrente de diligência determinada no bojo de ação em que o paciente foi denunciado por crime contra a vida, e no âmbito da qual o benefício que aqui se postula foi recentemente concedido, de ofício, pela magistrada, face a permanência da pandemia global da Covid-19, decretada pela OMS, observado o recrudescimento do número de casos, sopesada a idade avançada do paciente, que conta atualmente 81 (oitenta e um) anos de idade", disse o desembargador na decisão.
Prisão
O contraventor e militar da reserva do Exército foi preso nesta quinta-feira (7), em uma operação da Polícia Federal e do Ministério Público do Rio (MPRJ), que investiga uma morte cometida por organização criminosa que controla os jogos ilegais em Niterói e outros municípios da Região Metropolitana. O crime aconteceu em 2020 e Guimarães é apontado como mandante.
Segundo as investigações, Capitão Guimarães foi o mandante do assassinato de Fábio Sardinha, de 41 anos, em um posto de combustíveis no bairro do Colubandê, em São Gonçalo, no dia 1º de julho de 2020. Na ocasião, o homem estava com seu pai e, ao descer do carro, foi abordado por dois homens em uma motocicleta, que atiraram contra ele. A vítima morreu no local. De acordo com o Ministério Público do Rio, o crime tem características de execução sumária.
Além do bicheiro, foi preso também Deveraldo Lima Barreira, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio. O terceiro alvo ainda não foi detido. Além dos carros de luxo e do fuzil, maços de dinheiro e rádios transmissores também foram apreendidos, até o momento, na operação. A ação foi batizada de Sicário, que significa matador de aluguel ou quem é contratado para matar alguém.