Imagem editada usa como base mapa do Google Maps Reprodução Twitter

Rio - Um mapa que vem sendo amplamente compartilhado nas redes sociais, desde o último fim de semana, divide a cidade do Rio de Janeiro e parte da Baixada Fluminense pelos crimes mais comuns em cada região. Sem autoria identificada, a imagem publicada no Twitter, por exemplo, já recebeu mais de 23 mil reações e foi compartilhada por mais de 5 mil contas. 
A publicação demarca áreas onde são mais recorrentes assaltos, interceptações, sequestro roubo de carga, tráfico de drogas, entre outros crimes. De acordo com o "Mapa do Crime", A área que engloba bairros da Zona Norte, desde a Ilha do Governador até Realengo, na Zona Oeste, teria o maior índice de assaltos. Em outro recorte, com bairros como São Cristóvão, Manguinhos, Bonsucesso e Complexo da Maré, que cortam a Avenida Brasil, o crime mais comum é o roubo de carga.


A área que inclui bairros como Méier, Lins de Vasconcelos, Engenho Novo e adjacentes o tráfico de drogas seria o mais recorrente. O furto aparece como crime mais comum na Região Central. Em toda a Zona Sul e no início da Barra da Tijuca, segundo o mapa, o maior número é de registros de injúria racial.

Barra da Tijuca e Recreio dos Bandeirantes a prática mais comum seria a sonegação fiscal. Ainda na Zona Oeste, Bangu, Paciência, Santíssimo, Campo Grande e outros bairros, são definidos como território de "narcomilícias". Enquanto Jacarepaguá, Taquara e Freguesia, ficam com a descrição de área dominada pela "Milícia raiz".

Ainda de acordo com o mapa, as cidades de Nilópolis, São João de Meriti, Mesquita e Duque de Caxias, todas na Baixada Fluminense, seriam áreas dominadas pela prática do crime de interceptação.
A reportagem do DIA procurou o Instituto de Segurança Pública (ISP) do Rio para confirmar se algum dado apresentado no mapa reflete a real situação do crime no estado, mas o instituto preferiu não comentar a postagem.
Para o especialista em Segurança Pública e professor Ricardo Bandeira a divulgação desse tipo de mapa, mesmo que seja uma brincadeira pode ser prejudicial para a população: Segundo ele, esse tipo de publicação pode induzir pessoas a acharem que só existe determinado crime por região.

"Isso é ruim porque leva quem olha o mapa a acreditar que naquela região só existe aquele tipo de crime ou que aquele tipo de crime é extremamente predominante ali, o que não é verdade. Essas regiões tem diversos outros crimes", comentou o Bandeira.

Ainda segundo o especialista, há uma ciência por trás da segurança pública e isso considera não só dados estáticos, mas que estão constantemente em atualização. "A divulgação desse tipo de mapa induz a população ao erro", finalizou.