Thiago Henrique da Silva Ribeiro, 31, desapareceu depois de fazer corrida para o Morro do JuramentoReprodução

Rio - Familiares de Thiago Henrique da Silva Ribeiro, de 31 anos, procuram pelo mototaxista que desapareceu na última segunda-feira (19), após fazer uma corrida com destino ao Morro do Juramento, em Vicente de Carvalho, na Zona Norte do Rio. Familiares acreditam que o rapaz tenha sido baleado em um assalto na comunidade, mas ainda não conseguiram localizar o corpo no Instituto Médico Legal (IML) ou em hospitais. 
O desaparecimento de Thiago foi registrado na 27ª DP (Vicente de Carvalho), na última terça-feira (20) e, de acordo com o boletim de ocorrência, por volta das 17h30, o homem pegou uma passageira na Avenida Vicente de Carvalho, na altura do número 730, de onde seguiu para a Rua Gramarim, no Morro do Juramento. Desde então, familiares não conseguiram mais fazer contato com ele. 
Ainda segundo o boletim, moradores da comunidade relataram que viram um homem com características parecidas com as de Thiago sendo abordado por criminosos e, ao se recusar a entregar o celular, foi baleado e levado para o alto do morro. Ele teria sido atingido por um tiro de fuzil na barriga. De acordo com informações do GPS do telefone celular, a última localização dele foi na Pracinha do Arão, na Rua Cambuci do Vale, também no Juramento.
Segundo a mãe do rapaz, ele estava acostumado a circular pela região, porque morava na comunidade com a esposa e a filha de 3 anos. "Eu nem acreditei, porque devido ele morar lá com a esposa, ele falava com todo mundo, ele não tem inimigos, não tem nada, não sei o que aconteceu (...) Meu filho tem a ficha limpa, meu filho não tem problema nenhum com nada. Meu filho é uma pessoa que, onde ele chegava, ele levava alegria, falava com todo mundo, para ele nunca tinha tempo ruim", contou ela. 
A família já tentou encontrar Thiago nas proximidades do Morro do Juramento, no Hospital Estadual Getúlio Vargas, na Penha, e no Instituto Médico Legal (IML) Afrânio Peixoto. Os parentes ainda pretendem fazer buscas no Hospital Municipal Salgado Filho, no Méier, além de outras unidades de saúde. "A gente toma remédio para dormir e já levanta se arrumado para ir para a rua atrás dele. Meu marido já rodou tudo ali nas ruas de baixo (da comunidade), nós já rodamos muito", desabafou a mãe. 
Ainda segundo a mãe do rapaz, Thiago estava se tratando contra uma tuberculose meningoencefálica e atualmente trabalhava como mototáxi para ajudar a complementar a renda da família. Os parentes já não acreditam que vão encontrar a vítima com vida porque, mesmo que não tenha sido assassinado no suposto assalto, ele estava debilitado pela doença e não conseguiria resistir aos ferimentos sem receber socorro. Agora, eles querem encontrar o corpo para conseguirem fazer o sepultamento. 
"Não vai acabar, a dor vai viver a vida toda dentro de mim, da minha família, mas, pelo menos, a gente vai estar cumprindo o nosso dever de dar um enterro digno para uma pessoa que foi muito amada, meu filho foi muito amado pelas tias, pela avó, pelos primos. Ele foi, não, ele ainda é, porque ainda vai demorar para passar. A minha neta, daqui a pouco, vai perguntar cadê o pai, ela é louca pelo pai, e eu não sei. Eu só quero o corpo dele", lamentou a mãe. 
Em nota, a Polícia Civil informou que a ocorrência foi registrada na 27ª DP e encaminhada à Delegacia de Descoberta de Paradeiros (DDPA), "que dará continuidade às investigações para esclarecimento dos fatos".