Mãe e bebê foram encaminhados novamente para o Hospital Rocha Faria após o partoArquivo pessoal

Rio - A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) determinou a abertura de uma sindicância interna para apurar todo o atendimento prestado a Andreia da Silva Santos, de 38 anos, que deu à luz na rua após ter sido liberada do Hospital Municipal Rocha Faria, em Campo Grande, Zona Oeste do Rio, na segunda-feira (26), em trabalho de parto.
Segundo a SMS, a direção do hospital informou que a mulher e o bebê, chamado de João Gabriel, estão recebendo todos os cuidados indicados das equipes médicas e de enfermagem e estão bem. A previsão de alta para ambos é nesta quarta-feira (28). 
A secretaria garantiu que a direção da maternidade permanece à disposição da família e da paciente para maiores esclarecimentos sobre o caso. Questionada sobre alguma penalização sofrida pela equipe que atendeu Andreia na segunda, a SMS não respondeu.
Menino bateu com a cabeça no chão, segundo família
Através de uma rede social, Flávia Moreira, filha mais velha de Andreia, relatou que o irmão mais novo bateu com a cabeça no chão no momento em que a mãe dava a luz em uma calçada de Campo Grande.
"Meu irmão, por causa dessa doutora chamada Elizabeth, caiu e bateu a cabeça no chão. Minha mãe teve meu irmão no meio da rua, mas graças a Deus está tudo bem. O que tenho a dizer a vocês, se puderem evitar o Rocha Faria, evitem pra não acontecer a mesma coisa com vocês. Graças a Deus meu irmão e minha mãe estão bem. Eu não vou me calar até que a Justiça seja feita", postou Flávia.
Segundo a família, Andreia tinha uma recomendação do pré-natal para que fosse internada já que era hipertensa e sofria com dores abdominais de 15 em 15 minutos. 
"Toda hora que eu vejo foto ou vídeo da minha mãe no chão cm meu irmão, meu coração dói e lágrimas escorrem. O sonho da minha mãe quase foi por água abaixo, mas Deus não quis que fosse assim. Só peço muito obrigado a Deus por tudo que fez e faz pela vida do meu irmão e pela minha mãe", completou Flávia.
Relembre o caso
Andreia teve o seu filho poucas horas depois de deixar a unidade de saúde no início da noite de segunda-feira (26). Em conversa com o DIA, Flávia contou que a mãe chegou no Rocha Faria e ficou horas esperando atendimento. Na consulta, a médica teria avisado que a mulher não estava com dilatação para fazer o parto.
"Minha mãe, ontem de manhã [segunda], foi para o pré-natal, chegando lá foi atendida e o médico deu o encaminhamento para ela ir para a maternidade mais próxima e se internar. Chegando no Rocha Faria, foram horas esperando por atendimento, até que ela foi atendida, fizeram o toque e colocaram para escutar o coração do meu irmão. Depois, mandaram ela ir embora, sendo que ela já estava em trabalho de parto, mas alegaram que não estava com dilatação nenhuma. Como pode mandar embora uma mulher em trabalho de parto?", disse.
Flávia ainda contou que a médica do plantão falou para sua mãe que o bebê poderia nascer a qualquer momento, mas se negou a realizar a internação.

Poucas horas depois, enquanto caminhava no calçadão de Campo Grande, Andreia sentiu uma forte dor e tentou entrar em uma loja para se sentar, mas não deu tempo. Ali mesmo, no chão da rua, João Gabriel rapidamente veio ao mundo.