Prédio sede da OAB na Marechal Câmara, 150, no Centro, foi evacuado por ameaça de bombaDivulgação/OAB

Rio - A ameaça de bomba feita no edifício-sede da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-RJ) no Centro do Rio, evacuado no início da tarde desta quarta-feira (15), era falsa. A informação foi confirmada pelo presidente da entidade, Leandro Bandeira. Segundo ele, equipes do Esquadrão Antibombas da Polícia Civil não encontraram artefatos explosivos no interior do prédio.
"O esquadrão antibombas terminou a varredura e não foi encontrado nenhum artefato. Agora eles vão conduzir a investigação para descobrir o responsável. As câmeras estão todas em posse da Polícia Civil e foi feito exame papiloscópico no local para coleta de digitais", disse o presidente da ordem.
A falsa ameaça, contudo, causou pânico a advogados, funcionários e visitantes que estavam no prédio no início da tarde. O edifício precisou ser evacuado às pressas pelas equipes da Polícia Civil e Polícia Militar. Equipes, incluindo cães farejadores, participaram das buscas no interior do edifício. 
Uma carta deixada em alguns banheiros do sétimo andar do prédio, na Avenida Marechal Câmara, 150, onde funciona a sede da OAB, ameaçava a existência de uma bomba no local. No momento da descoberta da carta, acontecia uma solenidade para entrega da carteira de advogados aprovados no concurso da ordem. Por conta da ameaça, todos os eventos do dia foram suspensos no prédio sede.
Circula nas redes sociais uma foto da suposta carta deixada no prédio. A imagem compartilhada traz uma mensagem de insatisfação com uma situação interna da OAB. O texto enfatiza, inclusive, que os resultados da explosão seriam graves.
"Os efeitos serão catastróficos e esse ato dará início a uma série de atentados em diversos órgãos como forma de acabar com essa política idiota de exclusão, nepotismo, vantagens pessoais, anuidades caras, vaidade absurda, reacionarismo barato de uma burguesia hipócrita que se preocupa somente com a indicação pelo quinto constitucional", diz trecho da carta.

"O poder a todo custo tem seu preço. A OAB pagará preço caro por adotar essa política de manter em seus quadros a direita extremista misógina homofóbica racista. Esvaziem o prédio porque os efeitos serão impactantes. Muitos serão feridos ou perderão suas vidas", conclui a carta. 
Segundo a Polícia Civil, uma das cartas encontrada no interior do prédio está em posse da perícia, que fará exames para identificar a autoria. Os agentes também ouvem testemunhas e recolhem imagens de câmeras de segurança que ajudem na solução do caso, que foi registrado na 5ª DP (Mem de Sá). 
Atentado em 1980
Há 43 anos, em 1980, a antiga sede da OAB, que ficava no número 210 da Marechal Câmara, sofreu um terrível atentado. Naquele caso, houve a explosão de um artefato que matou a secretária da ordem Lyda Monteiro, que abriu uma carta-bomba endereçada a Eduardo Seabra Fagundes, então presidente da OAB nacional, cuja sede ficava no Rio.