Na foto, a vítima de bala perdida Alex Souza Araújo dos SantosReprodução/Redes Sociais

Rio - Policiais militares envolvidos na morte do jovem Alex de Souza Araújo dos Santos, 19 anos, morto após ser baleado na comunidade da Kelson's, na Penha, Zona Norte do Rio, no fim da tarde deste sábado (4), utilizavam câmeras operacionais portáteis. Segundo a corporação, as imagens estão sendo analisadas pela Corregedoria Geral da PM. 

A família de Alex e a PM contam versões diferentes sobre o ocorrido. Segundo o pai da vítima, Robson dos Santos, 40 anos, não houve confronto na comunidade. Ele alega que vizinhos que presenciaram o ocorrido não ouviram troca de tiros. "Só ouviram esse disparo que atingiu o meu filho, meu primogênito, pelas costas. Uma covardia sem fim", lamentou o morador da comunidade.

Robson contou ainda que o filho foi atingido a menos de 10 metros de casa e que ele carregava apenas um celular. Alex era jogador de futebol e já foi campeão pelo clube Real Maré no campeonato carioca amador de futebol. O corpo do jovem será enterrado nesta segunda-feira (6) no Cemitério de Irajá, às 15h30.

Em nota, a PM informou que policiais do 16º BPM (Olaria) que participaram da ação, foram atacados a tiros por criminosos armados e houve confronto. "Após cessarem os disparos, os policiais encontraram um indivíduo ferido. Ainda de acordo com os agentes, o homem portava um simulacro de pistola, dois rádios comunicadores e drogas. Os militares tentaram socorrer o indivíduo, mas, neste momento, populares atiraram pedras e outros objetos na equipe, que foi atacada novamente por criminosos armados", diz o comunicado.

A corporação disse ainda que foi um homem que socorreu o jovem ferido ao Hospital Estadual Getúlio Vargas. A ocorrência foi registrada inicialmente na 22ª DP (Penha). 

Após a morte do jovem, a base policial da Comunidade Kelson foi atacada por moradores da região, sendo necessário reforço policial de outras unidades, incluindo equipes de Rondas Especiais e Controle de Multidão (Recom) e Batalhão de Policiamento em Vias Expressas (BPVE) para estabilizar a região, que segue ocupada pela Polícia Militar. O policiamento continua intensificado em toda a comunidade.
De acordo com o comando do 16º BPM (Olaria), os policiais envolvidos na ocorrência foram ouvidos e será aberto um procedimento apuratório para averiguar as circunstâncias do fato. 
Ainda segundo a PM, cerca de 9 mil câmeras operacionais portáteis estão distribuídas entre os 39 batalhões operacionais em todo o Estado do Rio.
Em nota, a Polícia Civil informou que o caso é investigado pela Delegacia de Homicídios da Capital (DHC). Os agentes tiveram suas armas recolhidas para perícia. Outras testemunhas também foram intimadas a prestar depoimento. "Diligências estão sendo realizadas para esclarecer todos os fatos", pontuou.