Obras de contenção na encosta começaram em abril de 2022Pedro Ivo

Rio - A Avenida Niemeyer vem passando por obras após quatro deslizamentos de terra nas encostas que margeiam a via por conta das fortes chuvas. De acordo com Prefeitura do Rio, as obras de contenção agora estão na reta final, e na altura do número 550, onde será reconstruído o trecho da Ciclovia Tim Maia, que desabou em 2019, uma faixa ficará interditada, no sentido Leblon, desta segunda (13) até o dia 6 de abril para a finalização das obras.
De acordo com o Centro de Operações Rio (COR), os acessos para os motoristas permanecerão os mesmos. Uma faixa reversível será implementada no trecho da obra, e pode haver congestionamento. A rota alternativa, conforme o COR, é o Túnel Zuzu Angel.

Já foram investidos cerca de R$ 18 milhões em dez obras ao longo da via, por onde passam cerca de 30 mil veículos diariamente. A reconstrução da encosta começou em abril de 2022 e tem a previsão de término para abril deste ano, coincidindo com a licitação da recuperação do tabuleiro da ciclovia. Além disso, também foram executadas obras na encosta na altura dos números 101, 228, 328, 352 e 749.

Licitação

A Prefeitura do Rio realizará em abril a licitação para a recomposição completa do trecho da Ciclovia Tim Maia. Em paralelo, o município contratou o Instituto Nacional de Pesquisas Hidroviárias (INPH) para ratificar que todas as obras realizadas vão oferecer segurança para aqueles que a utilizam.

"Essas obras são a última fase para recuperarmos com toda a segurança a ciclovia e vamos investir R$ 6 milhões. Com todas as intervenções que já realizamos na Avenida Niemeyer, as que já foram feitas na própria ciclovia e essas que estão por vir, vamos propor à Justiça a reabertura da ciclovia", explicou o secretário de Coordenação Governamental, Jorge Arraes.

Em setembro de 2022, após uma inspeção feita ao longo da via, foi contratada uma empresa que desenvolveu o projeto de reconstrução do trecho atingido pelo deslizamento de terra em 2019. Com esta etapa concluída, em 28 de fevereiro deste ano, foi publicada em Diário Oficial a licitação para recomposição do trecho entre os vãos nove ao 17 e 25, orçado naquele valor.

Para referendar todo o trabalho realizado e até por uma exigência judicial, o município iniciou uma parceria com o INPH. O instituto de pesquisa vinculado ao Ministério dos Transportes construiu um modelo físico reduzido para verificação de como a estrutura da ciclovia Tim Maia se comporta diante das ações das ondas.
Modelo tridimensional 
Chamado de Estudo de Estabilidade Tridimensional de Modelo Reduzido, o modelo tridimensional analisa a batimetria das ondas no trecho da ciclovia da Avenida Niemeyer. O INPH reproduziu um modelo físico reduzido tridimensional de 47m na escala 1:40 - onde cada 1 metro do modelo feito corresponde a 40 metros do tamanho real.

Esse estudo analisa o impacto das ondas da ciclovia que vai do trecho do costão rochoso da Avenida Niemeyer, a partir da praia de São Conrado, no sentido da praia do Leblon, passando pela Gruta da Imprensa, em uma extensão de 1.880 metros, e é dotado de uma representação real do fundo do mar.

"Os estudos que contratamos junto ao INPH, que levantou toda a condição oceanográfica para o Costão da Niemeyer, com um investimento de R$ 1,1 milhão, vão nos subsidiar e validar todo o trabalho de recuperação da ciclovia. A oficialização do resultado do estudo está prevista para ocorrer em julho. Até o fim do ano, concluiremos todas as intervenções e estaremos aptos a pedir judicialmente a sua reabertura com toda segurança para o usuário", destacou Arraes.
Outra medida de segurança a ser adotada pela prefeitura, a partir do segundo semestre, será a contratação de um serviço de manutenção permanente para a ciclovia Tim Maia. Essa manutenção preventiva vai ser realizada nos mesmos moldes da já empregada em relação ao Elevado do Joá.