A menina estava mantida em cárcere privado por 8 dias em uma quitinete em São Luís, no MaranhãoDivulgação

Rio - A Delegacia de Descoberta de Paradeiros do Rio conseguiu identificar o motorista de aplicativo que levou a menina, de 12 anos, acompanhada de Eduardo da Silva Noronha, de 25 anos, do Rio de Janeiro até o Maranhão.

Com o depoimento da criança, que voltou ao estado na última quinta-feira (16), os agentes localizaram o ponto de embarque da vítima e do autor.

Além disso, a polícia já sabe que a corrida foi realizada de modo particular, onde o motorista combinou com Eduardo o valor de R$ 4 mil. A viagem durou cerca de 43 horas.

A adolescente prestou depoimento nesta quinta, na sede da Delegacia da Criança e Adolescente Vítima (DCAV). A oitiva vai servir de base para o inquérito que investiga seu sumiço. A Polícia Civil ainda informou que está analisando imagens dos pontos dados pela menina.

No Maranhão, está sendo realizada uma outra investigação de sequestro, cárcere privado e estupro de vulnerável sobre o mesmo caso.

Menina volta ao Rio

Após 10 dias longe de casa, a menina, encontrada no Maranhão após ter sido sequestrada em Sepetiba, na Zona Oeste, chegou ao Rio no fim da tarde desta quinta. A adolescente, que desapareceu no último dia 6, ficou em cárcere privado até esta terça-feira (14) quando foi resgatada. O suspeito pelo sequestro foi preso.

A Polícia Civil do Maranhão divulgou imagens do local onde encontraram a vítima. De acordo com a Delegacia de Proteção à Pessoa (DPP/SHPP) ela estava sendo mantida isolada em uma quitinete trancada no bairro Vila Luizão. Segundo investigações, o homem teria vindo ao Rio de Janeiro para buscá-la.

Exames no IML

Após desembarcar no Aeroporto do Galeão, por volta das 17h45, com a irmã e um agente que acompanhou a família, a menina seguiu para o o Instituto Médico-Legal (IML) para passar por um novo exame de corpo de delito.

Depois de realizar o novo exame, a garota foi levada para a elegacia da Criança e do Adolescente Vítima (DCAV), juntamente com a irmã, onde prestou depoimento sobre seu desaparecimento e os dias em que esteve em cárcere privado.

Relembre o caso

A menina estudava na Escola Municipal Ginásio Professor Neemias Rodrigues de Mello, em Sepetiba. Segundo a família, ela saiu de casa, por volta das 6h30, da última segunda-feira (6), usando o uniforme e a mochila, mas não retornou. A direção da unidade escolar comunicou aos responsáveis que a aluna não participou das aulas. Conforme familiares, a adolescente foi vista, pela última vez, conversando com um homem desconhecido nos arredores do colégio.

Além do uniforme, a adolescente também levava na mochila um vestido rosa e um tênis novo. O aparelho celular da estudante foi desligado. De acordo com relatos da família, uma colega da escola confirmou que a adolescente estava se relacionando de forma virtual com um rapaz, que pretendia ir com ele para Minas Gerais, mas não imaginava que tomaria uma atitude tão arriscada.

Uma foto enviada pelo celular da menina uma prima, um dia depois do desaparecimento, levantou suspeitas. Na imagem, encaminhada um dia depois do seu paradeiro, a adolescente aparece com óculos de grau, dentro de um carro e com o olhar triste. A foto foi enviada com uma mensagem de texto supostamente escrita pela própria menina.