PM reforça patrulhamento na Praça Seca, após intenso confronto nas comunidades da Chacrinha e do JordãoDivulgação/Polícia Militar

Rio - Um intenso tiroteio na manhã desta sexta-feira (17) deixou, pelo menos, três pessoas baleadas na Praça Seca, na Zona Oeste do Rio. O confronto teve início na favela da Chacrinha, entre policiais militares e suspeitos, e depois seguiu entre criminosos rivais, dessa vez na comunidade do Jordão. As vítimas seriam dois mototaxistas e um homem. Motoristas que passavam pela Rua Cândido Benício, uma das principais vias do bairro, ficaram no meio do fogo cruzado. Os momentos de tensão foram compartilhados nas redes sociais. Confira abaixo.
Moradores da Praça Seca também usaram as redes sociais para lamentar a violência na região. "Bala voando na Chacrinha, até quando? O Estado parece não ouvir e muito menos enxergar. Praça Seca pede paz", escreveu uma pessoa. "Essa Praça Seca está um inferno, Deus me livre!", se queixou outra. "Trinta minutos de tiroteio com armas de guerra, a população realmente está entregue a própria sorte", desabafou mais uma. "Minha pequena na escola cheia de dor e eu não posso sair de casa agora, porque a Praça Seca resolveu entrar em guerra mais um dia".

Segundo a PM, uma equipe que integra as ações de reforço no policiamento na comunidade da Chacrinha foi atacada a tiros por criminosos. Houve confronto e os suspeitos fugiram. "Outras equipes seguiram em reforço e atuam para estabilizar a área", informou a corporação. Logo depois, bandidos rivais iniciaram uma troca de tiros na localidade do Jordão.
No tiroteio, um homem foi ferido no pé e socorrido para o Hospital Municipal Lourenço Jorge, na Barra da Tijuca, na Zona Oeste. Outros dois baleados, que seriam mototaxistas do Bateau Mouche, também na Praça Seca, deram entrada na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Madureira, na Zona Norte. Ainda não há informações sobre as identificações e os estados de saúde das vítimas. Ainda de acordo com a PM, o policiamento está reforçado em ambas as comunidades.
Por conta do confronto, três unidades de ensino da região foram impactadas, afetando 414 alunos. "Para preservar a segurança da comunidade escolar, estão sendo seguidos protocolos do programa Acesso Mais Seguro. A Secretaria Municipal de Educação, em parceria com o Comitê Internacional da Cruz Vermelha, instituiu este programa em unidades localizadas em áreas de conflito". As unidades municipais de saúde da Praça Seca estão funcionando normalmente.
Guerra de facções

Desde o ano passado, comunidades das zonas Oeste e Norte estão vivendo cenários de guerra por conta da disputa entre criminosos rivais. Sob forte influência de milicianos, as favelas têm sido palco de invasões do Comando Vermelho, que pretende expandir pontos de venda de drogas pelo Rio. Recentemente, integrantes do Terceiro Comando Puro (TCP) se juntaram com os paramilitares para expulsar bandidos da outra facção, que conseguiram invadir partes desses locais.

Além da Praça Seca, o Comando Vermelho está disputando o controle dos Morros do Fubá e do Campinho, na Zona Norte, e Muzema, Rio das Pedras, Complexo da Covanca, além da Gardênia Azul e a Cidade de Deus, na Zona Oeste. Nessas favelas, moradores têm sofrido com constantes confrontos entre os grupos rivais e operações policiais. Na quarta-feira (15), uma ação na Cidade de Deus deixou três suspeitos mortos e outros 23 presos, além de ter apreendido oito fuzis, dez simulacros de fuzis, 13 pistolas e mais de 110 quilos de drogas.