Éder dos Santos Eliasar, 38 anos, foi um dos sete torcedores hospitalizados por causa da confusão do dia 5Reprodução

Rio - Parentes estão à procura de Carlos Henrique Oliveira de Salles, de 25 anos, que desapareceu após o clássico entre Vasco e Flamengo, realizado no Maracanã, no último domingo (19). Vestido com uma camisa do cruz-maltino, o jovem se perdeu dos amigos após a saída do estádio e não foi mais visto. Seu celular, após ficar longo tempo sem receber mensagem, foi encontrado em posse de um homem que disse ter comprado o aparelho de um "cracudo", em Madureira, na Zona Norte.
De acordo com Júlio Cesar Lisboa, de 23 anos, um dos nove amigos que foram ao jogo, era com ele que Carlos se comunicava após se desencontrar dos demais. "Nós viemos em dez. Todos amigos, ninguém envolvido em coisa errada, tampouco de organizada. Após o jogo, saímos pelo portão B e fomos todos até a Uerj, onde os carros que nos trouxeram de Guaratiba foram estacionados. Quando lá chegamos, notamos que o Carlos havia ficado para trás", disse.
Júlio também diz que ambos mandaram suas localizações exatas para marcar o encontro, mas, como Carlos parecia estar com problemas no celular, o amigo aconselhou que ele retornasse ao Maracanã. O jovem, então, disse que voltaria para casa de trem, ideia que foi rechaçada por Júlio. Pouco depois, as mensagens pararam de chegar para Carlos.
Pensando que o jovem havia ido de trem e sem conseguir se comunicar, todos foram embora. No dia seguinte, após várias tentativas de contato, uma pessoa atendeu o celular de Carlos, como contou a irmã, Ana Clara Salles. "Um homem atendeu, dizendo ter comprado o aparelho do meu irmão de um 'cracudo' em Madureira e que, para devolver, exigia o valor pago - segundo ele, R$ 400 -, para que não ficasse no prejuízo", afirmou.
Ainda de acordo com a irmã, o pai já foi a várias delegacias e hospitais da redondeza do estádio para tentar descobrir o paradeiro de Carlos. No Instituto Médico Legal (IML) também não chegou nenhum corpo com características semelhante as dele.
Além do drama de não saber onde está o irmão, a família ainda é alvo de trotes por parte de pessoas que dizem que Carlos está em determinada comunidade e pedem dinheiro pelo resgate. "Na hora do nervoso, caí na besteira de colocar meu celular pessoal no cartaz de procura-se. Com isso, além de não saber onde meu irmão está, todos nós ainda temos que aguentar gente ruim, querendo passar trote, dizendo que meu irmão tá em determinado lugar e só será solto mediante pagamento", desabafou.
A família afirmou que sumir não é um comportamento comum de Carlos, sobretudo ficar sem dar informações. O jovem trabalha em um restaurante do Recreio dos Bandeirantes e mora com o pai, em Guaratiba, na Zona Oeste. Eles estão organizando uma manifestação para esta terça-feira (21), às 19h, em frente ao Portão B do Maracanã.
O caso foi registrado na 18ª DP (Praça da Bandeira) e encaminhado posteriormente para a Delegacia de Descoberta de Paradeiros.  
A família pede que, quem realmente tiver pistas que possam levar ao paradeiro de Carlos, entrem em contato com o número (21) 98527-1680 ou com o Disque Denúncia: 2253-1177. O anonimato é garantido.