Ação no Jacarezinho se tornou a mais letal da policia em uma comunidade do Rio de JaneiroArquivo / Agência O Dia

Rio - O depoimento dos policiais civis Douglas de Lucena Peixoto Siqueira e Anderson Silveira Pereira, que seriam realizados na audiência de instrução e julgamento nesta quarta-feira (22), foram adiados pela Justiça. Ambos foram denunciados pelo homicídio de Omar Pereira da Silva durante a operação no Jacarezinho, na Zona Norte do Rio, em 2021, que resultou em 28 mortes. Eles também são réus por fraude processual.
Segundo o Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJRJ), a juíza Elizabeth Louro decidiu adiar a audiência para poder analisar uma petição da assistente de acusação. A nova data ainda não foi divulgada. Douglas e Anderson, lotados na Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) da Polícia Civil seriam os últimos a prestarem depoimento.
De acordo com a denúncia do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), Douglas cometeu o homicídio de Omar enquanto Anderson fraudou a cena do crime. No documento, consta que o réu realizou a remoção de cadáver antes da perícia, fez apresentação falsa de uma pistola Glock e de um carregador e ainda teria colocado uma granada no local onde Omar foi morto.
Douglas admitiu, durante o registro de ocorrência, ter atirado contra a vítima, mas os dois policiais alegaram que o homem teria jogado uma granada contra eles antes de morrer. Os agentes respondem por homicídio qualificado, por dificultar a defesa da vítima. De acordo com a denúncia do MP, Omar estava encurralado, desarmado e com um ferimento de tiro no pé no momento em que foi morto. Após o ocorrido, o MPRJ abriu 13 investigações sobre as mortes, porém, 10 delas já foram arquivadas.
A sessão desta quarta-feira (22) ouviu dois policiais militares como testemunhas de defesa: o major do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) Renato Soares e um tenente da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) do Jacarezinho, Leonardo Freitas Massari Augusto. Os dois foram chamados para depor na audiência realizada em 30 de novembro do ano passado, mas não compareceram. Na época, foram ouvidos os delegados de polícia arrolados pela defesa: Fabrício Pereira, Fábio Salvadoretti e Gustavo Ribeiro. Testemunhas de acusação já prestaram depoimento em setembro do ano passado.