Movimentação CADEG para compra de Páscoa. Reginaldo Pimenta / Agencia O Dia

Rio - Considerado o mais tradicional mercado do Rio, o Cadeg, em Benfica, amanheceu pouco movimentado nesta Sexta-Feira Santa, dia 7. Apesar das vendas promissoras dos produtos relacionados à Páscoa nos últimos dias, os lojistas afirmam que, neste feriado, o público diminuiu com relação aos anos anteriores. A percepção entre eles é que a queda do poder aquisitivo do brasileiro foi o principal fator para a redução das vendas neste ano.
"Este ano, a venda para Páscoa caiu com relação ao último ano, caiu bastante. Com relação ao preço, o bacalhau está até mais barato do que no Natal, demos uma abaixadinha porque acho que o problema está na economia do país. Mas o pessoal não tem procurado muito porque o preço ainda está muito alto, mesmo com essa redução que demos", disse o comerciante Marcos Moura, que vende bacalhau, azeite, azeitona e outros produtos relacionados ao feriado.
"Eu trabalho no Cadeg há 25 anos. A gente que é comerciante aqui se conhece, a gente se fala. Este ano foi bem devagar mesmo, para todos. Os últimos dias foram os melhores: terça, quarta e quinta-feira. Antigamente, a gente já vinha 15 dias antes da Semana Santa vendendo bem", concluiu.
Referência em venda de bacalhau, o ponto comercial também apresenta diversas opções de chocolate, vinhos, artigos religiosos e outros produtos relacionados ao feriado. O diretor social do Cadeg, André Luiz Lobo, mantém o otimismo para boas vendas até o domingo. E acredita que o movimento do Cadeg para a Páscoa deste ano tem sido parecido com ano passado.
"Avalio que o movimento foi bom nesta semana. A galera sempre corre em cima da hora, o brasileiro tem essa mania. Em relação ao ano passado, o movimento foi equiparado. Tem uma infinidade de produtos para a Semana Santa. Também tem o Festival Mesa Santa, que termina no domingo e dá uma movimentação a mais também. A estimativa de público é de 15 mil pessoas por dia. Em dias normais, o Cadeg movimenta cerca de 10 mil pessoas por dia", comentou.
Com relação ao preço médio dos produtos, André opinou que não achou um aumento tão significativo comparado ao ano anterior. Além disso, ressaltou que os produtos importados ficaram mais caros por conta do aumento do dólar comercial.
"Em relação ao aumento do preço médio, eu não achei tão significativo. Foi um pouco acima, mas o bacalhau é um produto importado, então sofre influência direta do dólar. Então acredito que não seja tão significativo a ponto de fazer com que o público deixe de comer bacalhau", completou.
Durante as compras de última hora nesta sexta-feira, os consumidores também comentaram sobre os preços. Se preparando para passar a Páscoa com a família, a assistente administrativo Andrea Alves, de 37 anos, foi direta: "os preços estão super altos!", reclamou. Já a gerente de loja Simone Garcia, 49 anos, acredita que o custo está razoável.
"O Cadeg é um lugar maravilhoso para fazer as compras para a Semana Santa. Eu comprei bacalhau, batatas, alguns legumes... Não foi de última hora, porque moro perto e vou todos os dias. Então, já sabia as lojas certas, onde eu geralmente compro. Os preços estão acessíveis, na medida do possível. Tem para todos os preços", disse.
Festival Mesa Santa
O Centro de Abastecimento do Estado da Guanabara (Cadeg), que completa 61 anos em 2023, está promovendo o 8º Festival Mesa Santa. Até este domingo, dia 9, o local tem redução de preços em produtos e comida, pratos exclusivos com peixes e promoções de chocolate e artigos religiosos.
Além das ofertas especiais, o festival, que começou no último dia 17, também contou com diferentes eventos, como o workshop gastronômico dos chefs Marcos Carvalho, da Gruta São Sebastião, e Eudo Sucena, da Casa Maranguape. O objetivo foi ensinar receitas de valor acessível com peixes.
 
* Reportagem do estagiário Fred Vidal, sob supervisão de Bernardo Costa