Ônibus foi incendiado no bairro Jardim 25 de Agosto, em Duque de CaxiasReprodução / Redes sociais

Rio - A juíza Mariana Tavares Shu transformou, em audiência realizada nesta sexta-feira (7), a prisão em flagrante para preventiva de Cleber da Conceição Sirilo, de 39 anos, suspeito de atear fogo em pessoas dentro de um ônibus em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. O homem está internado sob custódia no Hospital Municipal Pedro II, em Santa Cruz, na Zona Oeste do Rio, com 50% do corpo queimado. O incêndio criminoso causou a morte de Heloíse Victória da Silva Ribeiro, de 4 anos.
Segundo a magistrada, a gravidade do crime culminou em sua decisão. A juíza analisou que Cleber teve a intenção de matar os passageiros presentes no ônibus e sua liberdade pode atrapalhar o convívio social, assim como o depoimento de testemunhas.
"A gravidade da conduta é extremamente acentuada, já que o custodiado ateou fogo em um ônibus com inúmeros passageiros, com a intenção de matá-los, sendo certo que a crueldade da ação indica a mais absoluta inadequação do custodiado ao convívio social e a inegável periculosidade do custodiado", escreveu no documento.
O incêndio criminoso aconteceu na quarta-feira (5) dentro de um ônibus que passava pelo bairro Jardim 25 de Agosto, em Duque de Caxias. Testemunhas disseram que Cleber entrou no ônibus com um galão de gasolina e uma faca. Ele começou a furar o recipiente e jogar no banco do veículo e nos passageiros. O suspeito também não estava deixando as pessoas saírem do ônibus.
O homem foi preso em flagrante e encaminhado ao Hospital Municipal Dr. Moacyr Rodrigues do Carmo, também em Caxias. Na unidade, ele ficou internado até esta quinta-feira (6) em estado grave. Posteriormente, ele foi encaminhado para o Hospital Municipal Pedro II, onde, segundo a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) do Rio, possui quadro de saúde estável.
A investigação sobre o caso está sendo realizada pela 60ª DP (Campos Elíseos). O homem irá responder pelo crime de homicídio qualificado por emprego de fogo e por tentativa de homicídio. As investigações seguem em andamento para apurar a motivação do crime.
Morte de menina
Heloíse Victoria da Silva Ribeiro, de 4 anos, morreu na noite desta quinta-feira (6) após ficar internada no Hospital Municipalizado Adão Pereira Nunes, em Duque de Caxias, com 90% do corpo queimado. Ela foi sepultada nesta sexta-feira (7) no Cemitério Nossa Senhora das Graças.
"Ela era linda, linda, linda. Uma criança meiga, cheia de alegria e sonhos. É revoltante que um homem tenha destruído a vida de tantas famílias de uma vez só. O pai está aí destruído. É tanta coisa ruim acontecendo que a gente fica com medo de colocar o filho para a escola, para rua. É muito complicado", desabafou Vânia Pereira, tia da vítima.
Além de Heloíse, sua mãe, Larissa Silvestre da Silva, de 26 anos, também teve 90% do corpo queimado durante o incêndio. Na ocasião, as duas tiveram dificuldades de descer do ônibus pegando fogo. Larissa está internada no Hospital Caxias D’Or. Vânia informou que o estado de saúde de Larissa é grave.

"A mãe está lá em um morre ou não morre com a filha que nem sabe que está sendo enterrada. Está grave. Muito grave mesmo. É uma situação que a gente vê o pai pior ainda. Não é fácil. Muito difícil mesmo", finalizou.
Outras três pessoas também ficaram feridas no incêndio. Cristiane da Silva Moreira Nascimento, de 47 anos, deu entrada às 11h20 no Hospital Dr. Moacyr Rodrigues do Carmo na quarta-feira (5). Ela teve queimadura leve na perna direita e recebeu alta hospital, com recomendações médicas, por volta das 15h do mesmo dia.
Duas mulheres foram pisoteadas ao tentar fugir do ônibus, que contava com cerca de 30 a 40 passageiros. Fernanda de Moura Almeida, de 43 anos, e Cleide Pereira Campos, 56 anos, foram levadas ao Hospital Adão Pereira Nunes com escoriações e dores abdominais. Na noite de quarta, as duas receberam alta hospitalar.