Rio - O Comitê Olímpico do Brasil (COB) negou, nesta quarta-feira (12), que Sandra Mathias Correia de Sá, acusada de injúria e lesão corporal contra dois entregadores em São Conrado, tenha atuado em qualquer cargo na entidade. De acordo com a organização, a professora de vôlei e ex-atleta nunca fez parte do seu quadro de colaboradores.
A informação do COB desmente descrição usada por Sandra em suas redes sociais, onde menciona ter feito parte da equipe do comitê no ano passado. De acordo com o registro, a jogadora de vôlei aposentada teria atuado como supervisora de produção. "Jamais atuou na entidade", diz nota do comitê.
O caso de agressão aconteceu no último domingo (9), na porta de uma loja, na Estrada da Gávea, próximo ao número 847, onde o grupo de entregadores aguardava por pedidos em aplicativo de delivery. Em imagens feitas pelos trabalhadores, é possível ver Sandra puxando, socando e xingando o autônomo Max Angelo.
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A ex-atleta ainda usou a guia de um cão para atingir a vítima, num movimento associado por usuários nas redes ao ato de chicotear. Segundo Max, a situação foi absurda e inaceitável. "(Me) chamou de marginal, de preto, disse que eu tinha que voltar para a favela, que eu não tenho que estar em São Conrado, que ela paga IPTU e muitas outras coisas, me mandou tomar em tudo quanto é lugar. É triste e eu só quero justiça, quero que ela pague pelo que ela fez", declarou o entregador.
Por conta das agressões e das ofensas, a mulher é alvo de um inquérito policial na 15ª DP (Gávea). Nesta quarta-feira, ela era aguardada para ser ouvida na distrital, mas teria apresentado atestado médico. Ela é acusada pelos crimes de lesão corporal e injúria por preconceito contra Max e outro entregador.
A acusada também atua como nutricionista. Após o ocorrido, o Conselho Regional de Nutrição do Rio de Janeiro emitiu uma nota de repúdio à conduta de Sandra.
"Após tomar ciência dos fatos noticiados de atos racistas e lesão corporal, no Rio de Janeiro, vem a público ressaltar que repudia qualquer forma de preconceito, discriminação e violação aos direitos humanos. Nesse sentido, o CRN-4 se posiciona de forma veemente contra os atos que envolvem a nutricionista Sandra Mathias Correia de Sá", publicou o órgão, reforçando ainda que abrirá um processo administrativo contra Sandra.
"O Nutricionista como profissional de saúde é norteado por um Código de Ética e Conduta e deve assumir compromisso e responsabilidade técnica, social, ética e política na defesa do direito à saúde e demais direitos constitucionais", diz a nota.
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