Bruno Tonini, de 38 anos, estava ao lado do amigo cinegrafista Thiago Leonel Fernandes quando os dois foram atacados a tirosReprodução/Redes Sociais

Rio - O torcedor do Fluminense Bruno Tonini, de 38 anos, que foi baleado durante uma discussão em um bar, próximo ao Maracanã, na Zona Norte do Rio, no dia 1º de abril, continua internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Badim. O policial penal Marcelo de Lima, acusado pelo crime, está preso.
A direção da unidade informou, nesta terça-feira (25), que o paciente mantém uma evolução constante e gradativa, respirando sem ajuda de aparelhos, lúcido e interagindo com a equipe médica. No entanto, ainda há a necessidade da permanência na UTI porque seu quadro de saúde inspira cuidados por parte da equipe multidisciplinar do hospital.
A pedido de familiares e em respeito às diretrizes da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) essas foram as únicas informações passadas pela unidade de saúde. Contudo, um amigo de Bruno contou que o tricolor fez uma cirurgia de emergência logo que chegou no Badim. Os ferimentos o fizeram perder um pedaço do fígado, do intestino, baço e um dos rins.
O cinegrafista Thiago Leonel Fernandes da Motta, de 40 anos, também foi baleado pelo policial penal, mas não resistiu aos ferimentos e morreu no local do crime. O homem foi sepultado no Cemitério do Caju no dia 5 de abril.
Denúncia contra policial penal
A Justiça aceitou no dia 12 de abril uma denúncia oferecida pelo Ministério Público do Rio (MP-RJ) contra o policial penal Marcelo de Lima por homicídio triplamente qualificado, em relação à morte de Thiago. Com isso, o agente passa a responder como réu. Na decisão, o juiz Gustavo Gomes Kalil também manteve a prisão preventiva do agente. Ele também responde pelo crime de tentativa de homicídio contra Bruno Tonini.
A denúncia foi feita pela 1ª Promotoria de Justiça junto ao IV Tribunal do Júri da Capital. A acusação afirma que, por volta das 22h52 do dia 1º de abril, em frente à pizzaria "Os Renatos", localizada na Rua Isidro de Figueiredo, Marcelo teria dito que "petista é igual flamenguista, tudo burro e ladrão", o que provocou a revolta das vítimas.
Após uma discussão, o policial penal efetuou disparos contra as vítimas, causando a morte de Thiago. Segundo o MP, o acusado agiu com vontade livre e consciente de matar "só não matando a outra pessoa por circunstâncias alheias à sua vontade, uma vez que Bruno recebeu pronto e eficaz atendimento médico".
De acordo com o documento encaminhado à 4ª Vara Criminal da Capital, os crimes foram praticados por motivo torpe, em razão do inconformismo de Marcelo com as posições políticas expressadas pelas vítimas após suas declarações. O policial atirou em via pública, com grande número de pessoas circulando e confraternizando em bares locais. Além disso, a ação dificultou a defesa das vítimas, pegas desprevenidas pela ação inesperada do denunciado, acrescenta o MP.