Patrique Welber é investigado pelo Ministério Público do Rio por improbidade administrativaReprodução / Redes sociais

Rio - O Ministério Público do Rio (MPRJ) ajuizou uma ação contra o ex-secretário estadual de Trabalho e Renda, Patrique Welber Atela de Faria, por improbidade administrativa. De acordo com as investigações, ele firmou um contrato no valor de R$ 10,7 milhões com a empresa Blueprix Tecnologia para a execução de um serviço sem que houvesse uma licitação.
Ao Tribunal de Justiça do Rio (TJRJ), o MPRJ pediu a suspensão do pagamento e a penhora de bens dos réus para resguardar uma futura reparação integral dos danos. Por fim, o órgão também solicita o ressarcimento aos cofres públicos no valor de R$ 12,2 milhões.
Segundo os promotores, Patrique e Bluetrix atuaram em conluio, em novembro de 2021, para formalizar a celebração do contrato que previa a aquisição de um produto milionário, sem qualquer estudo técnico que justificasse a adesão. O ex-secretário dispensou, então, a licitação, alegando que a empresa seria a única capaz de realizar o serviço.
Após o acordo, a pasta restringiu o acesso às informações do contrato, impedindo a consulta pelos valores. Além disso, o MPRJ afirma que a Bluetrix recebeu uma proposta de R$ 2 milhões no Mato Grosso do Sul, valor abaixo do que foi celebrado no Rio, onde custou R$ 10,7 milhões.
Por fim, o Grupo de Apoio Técnico Especializado (Gate) concluiu que o serviço poderia ter sido realizado por outras empresas, caso tivesse um processo licitatório. 
"Assim, à vista dos atos praticados, a desobediência dos princípios balizares da Administração Pública e ditames legais estabelecidos no ordenamento jurídico vigente, deve o réu responder pelos atos de improbidade a ele imputados e, consequentemente, pelo ressarcimento integral dos danos suportados pelo erário, em virtude da indevida inexigibilidade de licitação que acarretou na contratação direta da sociedade empresária ré", ressaltou a ação.
Questionado, o representante da Bluetrix Tecnologia, Reinaldo Silva, afirmou que está surpreso e soube da ação por meio da imprensa. "Nem eu nem a empresa ainda fomos citados, logo, não tenho acesso sobre o que se trata", concluiu.
O DIA não conseguiu contato com a defesa de Patrique Welber. O espaço está aberto para manifestação.