Rio - O torcedor do Fluminense Bruno Tonini Moura, de 38 anos, baleado na saída do Maracanã, decidiu não prestar depoimento sobre o caso, nesta quarta-feira (26), à promotoria de Justiça do Ministério Público do Rio (MPRJ). O tricolor, que permanece internado no Hospital Badim, no Maracanã, seria ouvido pelo promotor Flávio Vieira, responsável pela 1ª Promotoria de Justiça junto ao IV Tribunal do Júri da Capital, mas optou por falar em outro momento.
De acordo com o magistrado do MPRJ, que chegou a ir ao hospital no início da tarde desta quarta-feira, o torcedor teria dito a familiares que vai falar quando tiver alta "Os familiares me disseram que ele ficou um pouco tenso e receoso com essa situação, possivelmente por ter revivido o que aconteceu no dia do crime e preferiu um outro momento", disse Vieira.
A expectativa da promotoria era ouvir o torcedor sobre o que aconteceu no último dia 1º, na saída do Maracanã, após a primeira partida da final do Campeonato Carioca entre Flamengo e Fluminense. O policial penal Marcelo de Lima, além de ferir Bruno com gravidade, assassinou o cinegrafista Thiago Leonel. Marcelo foi preso em flagrante por PMs.
"Várias testemunhas já tinham sido ouvidas no inquérito policial. Também se arrecadou alguns elementos que nos indicaram a autoria e a pessoa do acusado. Além disso, algumas características que aconteceram. Como tive resposta que a vítima sobrevivente já estava em boas condições, marquei esta oitiva. O objetivo é falar com ele e saber se ele referenda o que já obtivemos com a apuração", disse o promotor.
A linha de investigação atual da promotoria indica que o agente penal teria disparado contra os amigos após ter sido repreendido pelos dois.
"Não sabemos se foi uma motivação política, mas algumas atitudes agressivas do acusado, quando chama flamenguistas de ladrões e os associa a petistas. Isso incomodou as vítimas, que o repreenderam e por causa dessa repreensão houve uma discussão que culminou no crime. Essa foi a informação que obtivemos com as testemunhas", afirmou o promotor, que é o autor de denúncia contra o policial penal.
A ação da 1ª Promotoria de Justiça pede a condenação de Lima pelo homicídio triplamente qualificado de Thiago e pela tentativa de homicídio de Bruno. A promotoria de Justiça defende que os crimes foram cometidos por motivo torpe e colocando a vida de outras pessoas em risco.
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