Tribunal de Justiça do Rio Divulgação
Justiça nega habeas corpus para suspeita de integrar quadrilha que roubava idosos
Organização criminosa provocou a morte da professora aposentada Sônia Maria da Costa, de 79 anos
Rio - O Tribunal de Justiça do Rio (TJRJ) negou o pedido de habeas corpus para Andréa Cristina da Silva, suspeita de envolvimento com a quadrilha responsável pela extorsão e morte da professora aposentada Sônia Maria da Costa, de 79 anos.
De acordo com as investigações, Andréa é apontada como uma das chefes da organização criminosa responsável por dar golpes em idosos. Ex-funcionárias de uma empresa onde ela se apresentava como dona afirmaram que a acusada dizia "cuidar de uma senhora chamada Sônia". O caso aconteceu no fim de 2020, mas só foi revelado em meados de 2022.
Procurado pelo DIA, o advogado da acusada alega que a prisão é desnecessária, uma vez que a instrução criminal foi encerrada. "A defesa acredita e insiste na inocência da Andréa - que está presa há dois anos - e recorrerá a todas às instâncias para reverter a situação", comentou Michel Gomes Vinagre.
O desembargador Fernando Antonio de Almeida, no entanto, não aceitou a liminar, afirmando que uma análise mais aprofundada é necessária para verificar o constrangimento ilegal da prisão e, no momento, não há elementos para dar embasamento ao pedido por parte da defesa.
Relembre o caso
A professora aposentada Sônia Maria da Costa, de 79 anos, foi vítima de uma quadrilha especializada em roubar idosos. Moradora de Vila Isabel, ela era dona de mais de 20 imóveis na Zona Norte do Rio e tinha mais de R$ 5 milhões no banco. Após ser enganada pelos golpistas, a vítima ficou em cárcere privado durante três semanas, sendo dopada diariamente até morrer.
De acordo com as investigações, uma mulher identificada como Danielle Esteves de Pinto alugou um dos imóveis de Sônia e passou a se aproximar da idosa. Com a confiança da vítima, os criminosos começaram a dopá-la para realizar vários saques e transferências bancárias.
Os vizinhos da aposentada começaram a desconfiar da situação quando ela desmaiou ao ser procurada para uma conversa sobre contratos de aluguel. Ao chamarem a ambulância, eles estranharam que Danielle, a inquilina nova, estava tão íntima que tinha fácil acesso à casa da Sônia.
Os moradores foram ao hospital e o médico disse que ela estava bem de saúde, mas bastante desorientada. Já em casa, idosa comentou que não se lembrava de nada, apenas de ter assinado uns papéis, mas não sabia quais e nem de que se tratavam. Poucos dias após esse episódio, ela sumiu de casa.
Mesmo com sumiço, a cobrança dos aluguéis continuou a ser feita. Além disso, os inquilinos receberam um comunicado de que os negócios dela passariam a ser administrado por um escritório de advocacia em nome de José Pinto, também preso por envolvimento com a quadrilha. Em novembro de 2020, os vizinhos mais próximos denunciaram o desaparecimento.
As investigações apontam que Sônia foi levada para um apartamento em Copacabana, na Zona Sul do Rio, onde morreu após ser dopada por diversas vezes. Para ocultar o corpo, os criminosos anda enterraram a vítima com outro nome.
Danielle, José, Andréa e Diana Regina dos Santos Simões, também apontada como integrante da organização criminosa, foram pesos e respondem por extorsão com resultado em morte.
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