Pré-candidatos às eleições de 2020 em reunião com o miliciano Danilo Dias, o Tandera, em 2020Divulgação

Rio - Os mandados de busca e apreensão realizados na quarta-feira passada (3) contra os pré-candidatos às eleições em 2020, denunciados por suposto envolvimento com o miliciano Tandera, não foram as únicas sanções impostas pela Justiça do Rio. As medidas cautelares incluem uma série de quebras de bloqueios bancários e de sigilo telefônico.
O juiz Richard Robert Fairclough, da 1ª Vara Criminal Especializada da Capital, determinou que Thaianna Cristina Barbosa dos Santos, mais conhecida como Dra. Thay Magalhães, pré-candidata à prefeitura de Mesquita; Cornélio Ribeiro, pré-candidato a prefeito de Nova Iguaçu; e Luciano Henrique Pereira, pré-candidato a prefeito de Seropédica, devem ter o sigilo dos seus aparelhos telefônicos quebrados e os bens bloqueados.
A lista de sanções inclui ainda a obrigação do comparecimento mensal em juízo enquanto durar o processo.
Os três envolvidos são alvos de denúncia do Ministério Público do Rio (MPRJ), que obteve áudios onde o trio é flagrado negociando autonomia em secretarias e cargos públicos com a alta cúpula da milícia de Danilo Dias, o Tandera. O conteúdo foi divulgado pelo RJTV2, da TV Globo.
Nas gravações, os investigadores conseguiram identificar a voz do milicianos, o que comprova que ele estava de fato reunido com os três pré-candidatos ao cargo de prefeito. Em um trecho, Tandera chega a falar que seu objetivo é chegar aos poderes Legislativo, Judiciário e Executivo. A reunião aconteceu em abril de 2020, cerca de seis meses antes das eleições.
Durante a operação do MPRJ, na última quarta-feira, seis pessoas foram presas e foram cumpridos 25 mandados de busca e apreensão. Nove pessoas ainda estão foragidas.